Folha de S. Paulo


Filipinas precisam de US$ 301 milhões em ajuda após tufão, diz ONU

A ONU afirmou nesta terça-feira que as Filipinas precisarão de US$ 301 milhões (R$ 692 milhões) em ajuda humanitária para socorrer os centenas de milhares de sobreviventes do tufão Haiyan. O fenômeno natural atingiu o país na sexta (8) e deixou ao menos 1.774 mortos, segundo o governo filipino.

Governos locais e a ONU, no entanto, afirmam que mais de 10 mil pessoas estariam mortas no país. O tufão destruiu diversas cidades do sul do país, em especial na ilha de Leyte, em que 10 milhões de pessoas foram afetadas e 660 mil ainda estão desabrigadas.

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Segundo a chefe de operações humanitárias da ONU, Valerie Amos, o plano de ação das Nações Unidas inclui alimentação, saúde, saneamento, alojamento, retirada de destroços e proteção. Ela também elogiou a ação da comunidade internacional, que destinou recursos, mantimentos e outros tipos de ajuda.

No entanto, Amos espera mais ajuda para poder atender a todos os afetados. "Sabemos que já se está ajudando as pessoas, mas também sabemos que devido ao alcance do desastre, é preciso manter essa ajuda", afirmou ainda.

Horas após o pedido, a União Europeia anunciou que destinará mais € 10 milhões (R$ 30 milhões) às Filipinas, que são somados a outros € 3 milhões (R$ 9 milhões) já enviados e outros € 8 milhões (R$ 24 milhões) que serão usados na recuperação socioeconômica da região de Mindanao.

Além da União Europeia, os Estados Unidos forneceram US$ 20 milhões (R$ 46 milhões) em recursos, além de ajuda humanitária e apoio logístico, com o envio de navios e aviões. Diversas associações americanas fazem campanhas de arrecadação de recursos e mantimentos.

O Reino Unido também forneceu ajuda humanitária e logística aos filipinos, além de £ 10 milhões (R$ 36 milhões) em verba. Japão, Canadá, Israel, Austrália, China e Taiwan também estão entre os países que forneceram diferentes tipos de apoio.

DIFICULDADES

Apesar da chegada de ajuda de todo o mundo, que já ultrapassa os US$ 100 milhões (R$ 230 milhões), boa parte dos mantimentos e recursos estão parados em portos e aeroportos da região afetada, pela dificuldade em chegar às áreas mais atingidas pelo tufão Haiyan.

Grupos de médicos e toneladas de ajuda humanitária tentam usar os poucos voos e barcos disponíveis para Tacloban, que teve sua infraestrutura logística destruída após o fenômeno.

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Ao mesmo tempo, a escassez de alimentos, água, remédios e produtos de higiene pessoal aumentou a disputa entre os sobreviventes, que lotam as portas de centros de assistência. Diante do desespero e da fome, alguns deles recorreram a saques.

Para evitar os ataques ao comércio e às missões humanitárias, a Defesa Civil reforçou a segurança na região, com o envio de tropas da Polícia Nacional e do Exército. Milhares de pessoas também tentam sair de Tacloban por via aérea, lotando aeroportos.

Uma das companhias aéreas do país, a Cebu Pacific, cancelou as rotas comerciais para ajudar a retirar as vítimas do tufão na ilha de Leyte, assim como a estatal Philippine Airlines.

Editoria de Arte/Folhapress

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