Folha de S. Paulo


Ex-secretária de Estado americano diz ter sido espionada pela França

A ex-secretária de Estado americana Madeleine Albright disse nesta quinta-feira que, quando estava no governo, suas comunicações foram ouvidas pela França, ao minimizar as preocupações de vários países com a espionagem praticada pelos Estados Unidos.

"Isso não é uma surpresa, os países espionam uns aos outros", declarou Albright no Centro de Análise para o Progresso Americano, em Washington.

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Albright, que foi embaixadora nas Nações Unidas de 1993 a 1997, antes de ser nomeada para liderar a diplomacia americana, indicou que soube em primeira mão dos casos de vigilância de que autoridades americanas eram alvo nas Nações Unidas.

"Lembro-me claramente quando eu estava nas Nações Unidas. O embaixador francês se aproximou de mim e perguntou: Por que você disse isso para tal pessoa, sobre o por que você quer mulheres no governo?", relatou Albright.

"Então respondi, desculpe-me? Eles interceptaram uma de minhas conversas", disse Albright, sem fornecer mais detalhes.

Brasil, México, França e Alemanha, tradicionais aliados dos Estados Unidos, expressaram seu descontentamento nos últimos dias com as revelações de espionagem por parte dos serviços de inteligência americanos.

A chanceler alemã, Angela Merkel, que pode ter tido seu celular grampeado pela Agência de Segurança Nacional (NSA) dos Estados Unidos, ressaltou nesta quinta-feira que "os amigo não se espionam".

Albright ressaltou que as revelações vazadas pelo ex-consultor da NSA Edward Snowden têm sido "muito prejudiciais" para os Estados Unidos.

"Exaltar Snowden é um erro. Acredito que o que ele fez é um ato criminoso e que nos causou um grande dano", acrescentou.


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