Folha de S. Paulo


Merkel e social-democratas abrem negociações para formar coalizão de governo

A chanceler alemã, Angela Merkel, e a cúpula do Partido Social-Democrata (SPD) concordaram nesta quinta-feira em abrir as negociações para a formação de uma grande coalizão de governo, segundo vazou aos meios de comunicação.

O acordo foi adotado na terceira rodada de conversas exploratórias e depois que outro parceiro potencial, os Verdes, rejeitaram tentar formar governo com a União Democrata-Cristã de Merkel e a União Social-Cristã da Baviera (CDU/CSU).

Merkel já liderou uma grande coalizão com o SPD em sua primeira legislatura, entre 2005 e 2009, e essa era a opção preferida para os próximos quatro anos tanto pelos cidadãos como pela indústria alemã, segundo as pesquisas.

O acordo alcançado hoje deve ser submetido, em primeiro lugar, aos 200 delegados da convenção do SPD, que se reunirão do domingo com este objetivo.

Editoria de Arte/Folhapress
O novo Bundestag - Urnas consagram partido da chanceler Angela Merkel
O novo Bundestag - Urnas consagram partido da chanceler Angela Merkel

Só então será possível entrar formalmente nas negociações sobre conteúdos e repartição de pastas, embora os meios de comunicação alemães assegurem que entre as condições impostas pelo SPD está a implantação de uma salário mínimo interprofissional, e a chefia de cinco ou seis dos 16 ministérios.

O SPD se propõe, além disso, a submeter a decisão final sobre o pacto de coalizão, uma vez estabelecido todo seu conteúdo, ao voto de seus 470 mil filiados.

Merkel foi forçada a procurar um novo parceiro após seu atual, FDP (Partido dos Democratas Livres), receber 4,8% dos votos nas eleições gerais de setembro e ficar fora do Parlamento devido à cláusula de barreira, que exige o mínimo de 5%.

A CDU/CSU obteve 41,5% dos votos e ficou a cinco cadeiras da maioria absoluta, enquanto o SPD conseguiu 25,7%, e os Verdes, 8,4%.

O Partido de Esquerda também se manteve no Parlamento, com 8,6 % dos votos. Uma aliança do bloco opositor, no entanto, foi descartada pelo SPD e pelos Verdes.

A vitória levou Merkel ao terceiro mandato, marca só alcançada por dois outros chanceleres na história alemã: Konrad Adenauer e Helmut Kohl.


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