Folha de S. Paulo


Especialistas russos descartam envenenamento de Arafat com polônio

Uma análise russa de amostras provenientes dos restos mortais de Iasser Arafat permite excluir a teoria de um envenenamento com polônio 210, afirmou nesta terça-feira o chefe da Agência Federal de Análises Biológicas, citado pela Interfax.

Arafat "não pode ter sido envenenado com polônio", declarou o funcionário da Agência, Vladimir Ouiba. "Os especialistas russos que levaram adiante a análise não encontraram rastros desta substância nas amostras."

Os especialistas russos informam regularmente ao ministério das Relações Exteriores sobre os avanços de suas buscas, disse Ouiba.

Um artigo da revista britânica "The Lancet", que cita resultados de análises de especialistas suíços que afirmam ter encontrado rastros de polônio 210 (uma substância radioativa altamente tóxica) em amostras de objetos pessoais de Arafat voltou a colocar sobre a mesa a tese de envenenamento do líder palestino falecido em 2004.

Esta hipótese já havia sido evocada em julho de 2012 em um documentário da rede de TV Al Jazeera, que afirmava, com base em análises suíças, que foram encontrados rastros de polônio em objetos pessoais de Arafat.

Estes mesmos cientistas confirmaram no "The Lancet" a possibilidade de que o líder palestino tenha sido envenenado com uma substância radioativa.

"Várias amostras que contêm rastros de fluidos corporais (sangue e urina) continham uma radioatividade mais alta e inexplicável com polônio 210 em comparação com amostras de referência", escreveram estes especialistas do Instituto de Radiofísica (IRA) de Lausanne.

Os especialistas suíços concentraram suas análises em "manchas visíveis de fluidos corporais em objetos pessoais específicos (roupa de baixo, escova de dentes, roupas esportivas).

Yasser Arafat morreu no dia 11 de novembro de 2004, aos 75 anos, no hospital militar francês Percy de Clamart. Havia sido hospitalizado no fim de outubro após violentas dores abdominais.


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