O governo da Irlanda do Norte culpou dissidentes do já inativo IRA (Exército Republicano Irlandês) por dois assassinatos ocorridos nesta semana no país.
As vítimas, supostos traficantes católicos, foram mortas em Belfast, na terça, e em Derry, hoje.
O vice-ministro Martin McGuinness fez as declarações após uma dissidência do IRA ter assumido hoje o assassinato de Kevin Kearney. Seu corpo foi encontrado ontem em um parque ao norte de Belfast.
Em um comunicado enviado ao jornal "Irish News", de orientação nacionalista , os autores do ataque foram identificados como uma nova facção formada por membros de grupos dissidentes republicanos contrários ao processo de paz.
"Kearney se recusou a atender às nossas advertências e continuou a desenvolver as suas atividades e, consequentemente, o IRA tomou a decisão de executá-lo", informou o grupo terrorista, em referência ao alegado negócio de tráfico de droga da vítima,que tinha 46 anos.
Hoje, outro irlandês foi morto a tiros em um apartamento na cidade de Derry, no noroeste do país, em outra ação que "tem a marca do racha dos dissidentes", disse McGuinness , número dois do Sinn Fein, antigo braço político do IRA.
"Muitos desses grupos estão eles próprios envolvidos no tráfico de drogas. Rotineiramente extorquem traficantes e outros criminosos. Eles estão muito envolvidos em todos os tipos de crime organizado", disse o líder nacionalista.
De acordo com McGuinness , ex-comandante do IRA, os dissidentes cometem os assassinatos sob a falsa impressão de que o fazem para proteger a sua comunidade contra elementos indesejáveis.
Um porta-voz da polícia da Irlanda do Norte informou que várias investigações foram lançadas para esclarecer os assassinatos de Kearney e do outro homem, cuja identidade não foi divulgada.
Esses eventos ocorrem um dia antes da chegada à Belfast do primeiro-ministro britânico, David Cameron. Ele participará de conferência organizada pelo governo para atrair investimentos estrangeiros.