Folha de S. Paulo


Justiça retira acusações contra Sarkozy no caso Bettencourt

A Justiça francesa decidiu retirar as acusações contra o ex-presidente Nicolas Sarkozy no chamado caso Bettencourt, por considerar que as provas contra ele eram muito fracas, informaram os jornais franceses "Le Monde" e "Sud Ouest".

Jean-Michel Noël e Valérie Gentil decidiram não levar o ex-chefe de Estado perante o Tribunal Criminal, informação que foi confirmada por pessoas próximas a Sarkozy.

Regis Duvignau/AFP
Nicolas Sarkozy durante evento em Bordeaux, no sudoeste da França; Justiça retirou acusações contra ele no caso Bettencourt
Nicolas Sarkozy durante evento em Bordeaux, no sudoeste da França; Justiça retirou acusações contra ele no caso Bettencourt

Sarkozy é acusado, desde 21 de março, de ter se aproveitado da senilidade mental de Liliane Bettencourt, herdeira do grupo de cosméticos L'Oréal, para financiar sua campanha presidencial de 2007. Segundo médicos, a idosa, hoje com 90 anos de idade, sofre de senilidade desde setembro de 2006.

Segundo o "Sud Ouest", os juízes consideraram que as evidências que levaram à acusação são demasiado fracas.

Noël Gentil disse que não há indícios claros de que os administradores da fortuna Bettencourt deram dinheiro para o tesoureiro da campanha de Sarkozy, Eric Woerth, posteriormente, nomeado ministro do Trabalho do presidente.

Esta decisão permite que o ex-presidente considere com mais serenidade seu retorno à política, embora seu nome seja citado em outros casos judiciais, como o de um possível financiamento de sua campanha eleitoral por parte da Líbia, o chamado caso Karachi, relacionado a supostos financiamentos políticos ilícitos através de retrocomissões por venda de armamentos.

Afastado da política desde que foi derrotado na eleição presidencial de 2012 pelo socialista François Hollande, Nicolas Sarkozy continua sendo o candidato preferido dos simpatizantes da UMP para a eleição presidencial de 2017.

Segundo os jornais "Le Monde" e "Sud Ouest", 10 dos outros 11 acusados neste caso, entre eles o ex-ministro do Orçamento, Eric Woerth, comparecerão ante um tribunal.


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