Folha de S. Paulo


Obama pressiona republicanos e chama bloqueio orçamentário de 'farsa'

O presidente dos EUA, Barack Obama, intensificou a pressão sobre os republicanos no sábado ao pedir que o Congresso pare "esta farsa" e dê fim imediatamente ao bloqueio da aprovação orçamentária que paralisa o governo federal.

"Vão e votem. Parem com essa farsa e acabem com o 'shutdown' (como é conhecido o bloqueio em inglês)", disse o presidente, dirigindo-se aos republicanos, em seu discurso semanal no rádio e na televisão.

A falta de acordo entre republicanos e democratas sobre o Orçamento desde a terça-feira paralisa o governo dos EUA e não parece estar em vias de resolução.

O Senado aprovou o Orçamento e "tem legisladores republicanos e democratas suficientes na Câmara dos Representantes dispostos para fazer o mesmo e acabar imediatamente com a paralisia orçamentária", disse Obama.

"Mas a ala direita do partido republicano não quer deixar o presidente da Câmara, John Boehner, submeter esta lei a votação", acrescentou. Obama havia dito na quinta-feira que Boehner procura agradar aos extremistas de seu partido.

O presidente afirmou que não pagará "um resgate em troca da retomada da administração". "E é claro que não vou pagar um resgate em troca do aumento da dívida", insistiu.

O norte-americano se recusou a negociar com os republicanos, que propõem condições como a de estabelecer cortes no Orçamento do plano universal de saúde, principal conquista do presidente, aprovada em 2010 e aprovada pelo pela Suprema Corte.

Os republicanos ameaçam, por sua parte, com empates a negociação orçamentária a autorização para os EUA emitir mais dívida.

Sem um acordo para aumentar o teto legal de endividamento do país --atualmente de 16,7 bilhões de dólares-- até 17 de outubro, os EUA poderiam entrar em moratória pela primeira vez em sua história.

"Assim como a parálise orçamentária é perigosa, uma paralisia econômica como resultado de uma omissão de pagamento seria algo pior", assegurou Obama.

O presidente disse que "sempre estará disposto a trabalhar com todos, de cada partido, sobre as formas de melhorar o crescimento, criar novos empregos e colocar ordem em nosso orçamento a longo prazo". "Mas não com essas ameaças à nossa economia", advertiu.

Desde terça-feira, os EUA fecharam alguns serviços não essenciais da administração pública e deram férias forçadas a cerca de 800 mil funcionários pela falta de acordo sobre o orçamento no Congresso.


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