Folha de S. Paulo


Não há distinção entre rebeldes moderados e extremistas, diz ministro sírio

O ministro das Relações Exteriores da Síria, Walid al-Moualem, afirmou nesta segunda-feira que não existe diferença entre os rebeldes moderados e os extremistas que lutam contra o regime de Bashar al-Assad há dois anos e meio.

A declaração é uma crítica a países como Estados Unidos, França e Reino Unido, que defendem o apoio ao que consideram forças rebeldes moderadas. Para o chanceler sírio, estes países incentivam o terrorismo dentro de seu país que, segundo ele, enfrenta uma guerra contra o terror.

"Eles treinam e fornecem suprimentos aos terroristas e não querem reconhecer que a Al Qaeda e suas associadas estão na Síria. Vimos vídeos de terroristas destruindo corpos e comendo corações na televisão, mas essas imagens não os sensibilizam", disse Moualem, em discurso na Assembleia-Geral da ONU.

Ele comparou a ação dos rebeldes aos atentados de 11 de Setembro de 2001 nos Estados Unidos, ao afirmar que a Síria sofre uma invasão de terroristas estrangeiros. Na conta do representante de Damasco, há rebeldes de 83 países combatendo no país árabe.

"O povo de Nova York testemunhou as devastações do terrorismo e foi consumido no fogo do extremismo e do derramamento de sangue, da mesma maneira que estamos sofrendo agora na Síria".

"Esses mesmos terroristas sequestram crianças para vender seus órgãos, impedem que elas vão à escola e as treinam para a guerra, ensinando os conceitos da jihad [guerra santa para os islâmicos] e difundido esses conceitos pervertidos da religião".

O chanceler ainda acusou os rebeldes de não quererem uma solução pacífica para o conflito e afirmou que isso impede o fim da guerra. "Há uma relação sólida entre os desejos das pessoas e as medidas do governo, mas não podemos ter uma solução política com terroristas destruindo mesquitas e igrejas".

Ele ainda acusou Londres, Paris e Washington de ter impedido que os inspetores de armas químicas da ONU determinassem em seu relatório quem foi o responsável pelo ataque químico na periferia de Damasco, em 21 de agosto.

Os países ocidentais acusam o regime sírio pelo bombardeio de gás sarin. "Os Estados Unidos e seus aliados impediram e limitaram as funções da missão para seus próprios interesses. Certos países querem tocar os tambores da guerra".

Para Moualem, os aliados dos rebeldes estão violando resoluções contra o terrorismo aprovadas pela ONU ao respaldar os insurgentes.


Endereço da página: