Folha de S. Paulo


Brasileira ficará mais dois meses presa na Rússia

A bióloga brasileira Ana Paula Alminhana Maciel, 31, ficará pelo menos mais dois meses detida em Murmansk, norte da Rússia, onde ela e outros ativistas do Greenpeace estão sob custódia das autoridades locais. A Justiça decretou a prisão preventiva deles.

A informação foi confirmada à Folha neste domingo pelo embaixador do Brasil na Rússia, Fernando Mello Barreto. "O juiz não acatou pedido do advogado de defesa de que ela aguardasse as investigações em liberdade vigiada em hotel. Tal como os demais tripulantes, deverá aguardar em centro de detenção em Murmansk", disse Barreto.

Dmitri Sharomov/Efe
A brasileira Ana Paula Maciel em cela na Rússia
A brasileira Ana Paula Maciel em cela na Rússia

"Diplomata da embaixada conversou por uns 15 minutos com ela em intervalo da audiência. Ela está bem preocupada em que avisemos sua mãe de que está bem", ressaltou.

Trinta ativistas do Greenpeace, entre eles Ana Paula, foram detidos no dia 19 dentro do barco Arctic Sunrise enquanto faziam um protesto contra a estatal russa de gás e petróleo Gazprom.

As autoridades russas afirmam que a ação dos manifestantes foi um "ataque" à soberania do país e querem processá-los por pirataria, crime cuja pena chega a 15 anos de prisão na Rússia.

Além de Ana Paula, outros sete ativistas tiveram prisão decretada neste domingo (29). Eles foram indiciados pelo crime de pirataria e ficarão presos por pelo menos dois meses, mesmo tempo determinado para outros detidos. O diretor-executivo do Greenpeace Internacional, Kumi Naidoo, lamentou as prisões e pediu apoio para aumentar a pressão para que os ativistas sejam liberados e apelarão à Justiça russa contra as prisões de seus integrantes.

"As ações destes ativistas se justificam por causa fracasso de governos de todo o mundo em proteger seus povos das ameaças das mudanças climáticas. Não nos intimidaremos e apelaremos contra essas prisões".


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