Folha de S. Paulo


Secretário-geral da ONU tem primeiro encontro com líder dos rebeldes sírios

O secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, teve o primeiro encontro, neste sábado (28), com o líder da Coalizão Nacional Síria, a principal força de oposição ligada aos rebeldes sírios, em uma tentativa de pressionar para uma conferência de paz.

O encontro provavelmente desagradará o governo do presidente Bashar al-Assad, que ainda é reconhecido nas Nações Unidas e chama, constantemente, a coalizão e outros opositores de "terroristas".

O presidente da coalizão, Ahmad al-Jarba, disse a Ban que a oposição estava pronta para enviar uma delegação para a conferência, de acordo com porta-voz da ONU, Martin Nesirky.

Ban anunciou nesta sexta-feira (27) que quer organizar, em meados de novembro, uma continuação da conferência de paz de Genebra, realizada em junho de 2012, quando as principais potências assinaram uma declaração que deveria haver um governo de transição na Síria.

"O secretário-geral acolhe o compromisso do senhor Jarba de enviar a delegação à Conferência de Genebra e pede à Coalizão Nacional que entre em contato com outros grupos de oposição e entrem em acordo sobre um representante e uma delegação unida", disse Nesirky.

Ban "destacou a importância de um sério diálogo o quanto antes, bem como a necessidade de garantir a responsabilização pelos crimes de guerra", disse o porta-voz.
No dia 13 de setembro, Ban Ki-moon disse que Assad cometeu "muitos crimes contra a humanidade". Ele intensificou as críticas a Assad desde o ataque com armas químicas próximo a Damasco no dia 21 de agosto.

Uma investigação da ONU concluiu que foi usado gás sarin, mas não atribuiu a culpa a nenhum dos lados. Segundo a ONU, mais de 100 mil pessoas já morreram na guerra síria.

ARMAS QUÍMICAS

Ontem, o Conselho de Segurança das Nações Unidas aprovou, por unanimidade, uma resolução que exige a eliminação do estoque de armas químicas da Síria.

O texto passou com o apoio de todos os 15 membros do grupo.

Considerada branda, a resolução não autoriza a intervenção militar automaticamente no caso de o regime Sírio não cumprir o acordo.

O ponto foi motivo de discórdia por várias semanas com a Rússia, aliada do ditador Bashar al-Assad, que desaprova o ataque ao país.

Por ser um dos cinco membros permanentes do conselho, a Rússia possui direito de veto.

Conforme a resolução, o conselho pode impor medidas punitivas à Síria, mas elas terão de passar por uma nova votação, na qual a Rússia ainda poderá exercer seu poder de veto.


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