Folha de S. Paulo


Opositor quer anular posse de Maduro por suposta dupla nacionalidade

A oposição da Venezuela promete entrar na Justiça para tentar anular a posse de Nicolás Maduro como presidente do país porque diz ter provas e depoimentos que demonstrariam que o mandatário esquerdista nasceu na Colômbia ou, pelo menos, tem dupla nacionalidade.

Pelo artigo 41 da Constituição da Venezuela, "só venezuelanos por nascimento e sem outra nacionalidade" podem ser presidentes.

"Onde está a certidão de nascimento de Nicolás Maduro?", questionou Henrique Capriles, governador de Miranda, e candidato derrotado à Presidência por menos de 2% dos votos em abril.

Reuters
Maduro, em discurso em Caracas, na quinta; oposição quer depor presidente após acusá-lo de ter também nacionalidade colombiana
Maduro, em discurso em Caracas, na quinta; oposição quer depor presidente após acusá-lo de ter nacionalidade colombiana

Em seu programa de TV na internet, Capriles e o deputado da oposição Walter Márquez exibiram supostos documentos que mostravam que os pais de Maduro se casaram em Bogotá e que sua irmã nasceu lá. Eles dizem que há "páginas arrancadas" nos livros dos cartórios.

Márquez disse que ouviu pessoas que garantem que Maduro nasceu em Bogotá: "Em breve anunciaremos ações legais".

Não é a primeira vez que surge a polêmica. Em julho, um diplomata panamenho fez a mesma acusação. Maduro negou, chamou a oposição de "demente", mas não mostrou sua certidão de nascimento, como pedido.

Enfrentando polêmica semelhante, Barack Obama divulgou sua certidão para provar que nascera no Havaí, um dos Estados americanos.

Segundo o deputado opositor Márquez, o venezuelano diz que sua mãe nasceu em Rubio, em Táchira (Venezuela). De acordo com a revista colombiana "Semana", Teresa Moros de Maduro, que morreu em 1994, consta do registro civil do país. Se isso for correto, Maduro teria dupla nacionalidade por ter mãe colombiana, diz a revista.

É improvável que a oposição tenha êxito, mesmo se tiver documentos, já que a Justiça é alinhada ao governo.


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