Folha de S. Paulo


Atentado em shopping de Nairóbi mata ao menos 20; grupo promete "longa odisseia"

Usando coletes com granadas e fuzis AK-47, um grupo invadiu há mais de duas horas o shopping center mais sofisticado de Nairóbi, no Quênia. A Cruz Vermelha confirma ao menos 20 mortos, mas calcula que haverá mais vítimas. Há relatos de sete reféns. A polícia recebeu reforços militares no combate aos terroristas.

Nenhum grupo reclamou a autoria do atentado. O grupo terrorista al Shabaab, que já havia ameaçado atacar o shopping anteriormente, inicialmente informou que não comentaria o ataque atual. Mais tarde, postou no Twitter que o atentado será uma "longa odisseia", aludindo a Bombaim. Na cidade indiana, uma série de ataques a hotéis de luxo, estações de trem e um centro cultural judaico deixou 166 mortos.

Testemunhas disseram que os atacantes teriam ordenado a saída dos muçulmanos, fazendo alvos apenas entre os não-muçulmanos.

Uma testemunha disse ter ouvido freadas bruscas pouco antes de ouvir uma explosão e tiros no térreo. "Eles chegaram e jogaram uma granada. A gente saiu correndo e eles abriram fogo. Eles gritavam e atiravam", disse Manish Turoit, 18, que conseguiu escapar depois de se esconder no estacionamento por duas horas.

Clientes e funcionários do shopping subiram pela escada rolante para se esconder no cinema e nos banheiros do shopping. Carrinhos de compras foram usados para retirar feridos.

"Vi uma criança sendo tirada num carrinho, devia ter cinco ou seis anos. Parecia morta, não se movia e nem fazia barulho", disse Sudjar Singh, um funcionário do shopping. "Tentaram atirar na minha cabeça, mas erraram. Ao menos 50 pessoas foram baleadas", afirmou.

As TVs quenianas vêm transmitindo relatos de testemunhas que afirmam estar escondidas dentro das lojas do shopping. No estacionamento, policiais armados se protegem atrás dos carros. Alguns veículos baleados foram abandonados pelos ocupantes, que fugiram.


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