Folha de S. Paulo


Merkel é favorita em pesquisa, mas precisará de coalizão ampla para novo mandato

A três dias das eleições na Alemanha, uma nova pesquisa encomendada pelo jornal "Bild" indica que a chanceler Angela Merkel é favorita à reeleição, mas não tem maioria absoluta para manter sua atual coalizão de centro-direita.

Os dois partidos que integram o governo somam 44% das intenções de voto. Se confirmados nas urnas, os números devem obrigá-la a negociar uma "grande coalizão" com o SPD (Partido Social-Democrata), de centro-esquerda, para continuar no poder pelos próximos quatro anos.

O levantamento foi concluído nesta quarta-feira pelo instituto britânico YouGov, em parceria com o alemão Insa, e ouviu 2.132 pessoas com idade para votar.

Thomas Peter/Reuters
Turistas ao lado de estátua de cera da chanceler Angela Merkel no museu Madame Tussauds em Berlim
Turistas ao lado de estátua de cera da chanceler Angela Merkel no museu Madame Tussauds em Berlim

A CDU (União Democrata Cristã) de Merkel oscilou um ponto para baixo e tem agora 38% das intenções de voto junto com sua sigla-irmã na Baviera, a CSU (União Social Cristã). Principal aliado da chanceler, o FDP (Partido Liberal Democrata) oscilou dois pontos para cima e agora tem 6%.

O SPD manteve 28% de preferência, e os Verdes, também de oposição, recuaram de 11% para 8%. A soma de 36% é insuficiente para eleger o candidato da centro-esquerda, Peer Steinbrück.

Ele e Merkel dizem não querer repetir a "grande coalizão" que sustentou o primeiro governo da chanceler, entre 2005 e 2009. No entanto, o desfecho pode ser o único possível para a formação de um novo governo com maioria no Bundestag, a câmara baixa do Parlamento.

OUTROS PARTIDOS

O Partido de Esquerda, formado por ex-comunistas da antiga Alemanha Oriental, avançou um ponto e agora tem 9% das intenções de voto. Steinbrück prometeu diversas vezes que não se aliará à sigla para chegar ao poder.

A pesquisa do "Bild" mostra ainda que o partido eurocético AfD (Alternativas para a Alemanha), fundado no início do ano, avançou dois pontos e chegou a 5% das intenções de voto.

Isso seria suficiente para levá-lo a superar a cláusula de barreira e conquistar suas primeiras cadeiras no Bundestag. De acordo com as pesquisas, o AfD tira votos de Merkel em parte do eleitorado conservador.


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