Folha de S. Paulo


EUA, Reino Unido e França pedem punição se Assad não cumprir plano

Os Estados Unidos, a França e o Reino Unido defenderam nesta segunda-feira "fortes" consequências para o governo da Síria caso não cumpra o acordo de entrega das armas químicas.

Após uma reunião em Paris, os três governos buscaram um discurso único de que é necessário uma firme resolução da ONU (Organização das Nações Unidas) que permita punir o regime de Bashar al-Assad, incluindo ação militar no país.

"Se a diplomacia falhar, a opção militar ainda está na mesa", disse o secretário de Estado americano, John Kerry.

"Queremos uma forte resolução do Conselho de Segurança da ONU que apoie um plano para o desarmamento com toda autoridade do conselho e que inclua sérias consequências se o plano não for implementado", afirmou o ministro de Relações Exteriores da França, Laurent Fabius.

Já o chanceler do Reino Unido, William Hague, voltou a acusar o governo de Assad de usar armas químicas para atacar civis e pediu que a resolução da ONU obrigue o ditador sírio a se comprometer com o plano de entrega do seu arsenal.

No sábado (14), depois de três dias de negociação, Estados Unidos e da Rússia anunciaram, em Genebra (Suíça), um plano para que a Síria entregue suas armas químicas.

A Síria terá de de apresentar todo seu material à comunidade internacional no prazo de uma semana. Depois disso, está prevista a destruição "segura" desse arsenal até meados de 2014. O plano inclui acesso ao material pelos inspetores externos até novembro deste ano.

O principal ponto de discórdia estava na intenção dos EUA de aplicar sanções à Síria, inclusive militares, caso não cumpra o acordo definido --a Rússia tem sido contra.

Encontraram um meio-termo, reforçado hoje pelos franceses e britânicos: o regime de Assad poderá ser punido por uma resolução que terá que passar pelo Conselho de Segurança da ONU. Hoje, Kerry afirmou que Rússia está de acordo com esse ponto de negociação.

Espera-se para esta segunda a divulgação de relatório da ONU sobre o uso de material químico no país. O documento, porém, não deve revelar os responsáveis pelos ataques.


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