O secretário de Estado dos EUA, John Kerry, e o ministro das Relações Exteriores da Rússia, Sergei Lavrov, conversaram nesta quinta-feira em Genebra sobre estratégias diplomáticas para encerrar a guerra civil na Síria.
Kerry afirmou que o esforço conjunto dos EUA e da Rússia para conseguir transferir as armas químicas sírias para controle internacional "não é um jogo." Ele disse que o plano deve ser "compreensível", "verificável" e "implementado em tempo hábil."
Kerry e Lavrov participarão de reuniões durante dois dias, no intuito de forjar uma solução diplomática para o impasse sobre as armas químicas.
Lavrov disse acreditar que destruir as armas "torna qualquer ataque contra a Síria desnecessário."
Porém, Kerry afirmou rejeitar a proposta feita pelo ditador da Síria, Bashar al-Assad, de começar a entregar o seu arsenal de armas um mês após a assinatura de um documento internacional proibindo armas químicas.
Em entrevista concedida ao lado de Lavrov, Kerry disse que Assad afirmou que pedir por um prazo de 30 dias seria normal. "Não há nada de normal nesse processo", disse Kerry. "As palavras do regime sírio, em nosso julgamento, não são suficientes."
Kerry também alertou que um ataque militar pode ocorrer se Assad não concordar em destruir corretamente seu arsenal de armas químicas. Ele disse que "haverá consequências" caso isso não aconteça.
Eles devem chegar a um plano sobre como implementar a destruição das armas e quando fazê-lo. Kerry está trazendo uma equipe de especialistas para lidar com a "identificação dos mecanismos" de como o plano vai funcionar.
Há mais de dois anos, rebeldes (na maioria sunitas), lutam para depor o regime de Assad (que é alauita, uma facção do islã xiita). As tropas oficiais contam com o apoio declarado do movimento radical islâmico libanês Hizbullah. Desde o começo do confronto, mais de 120 mil pessoas morreram, de acordo com estimativas da ONU tidas como conservadoras. Milhões de pessoas também foram obrigadas a se refugiar em países vizinhos.
| Larry Downing/Reuters | ||
 |
||
| John Kerry caminha ao lado do ministro das Relações Exteriores da Rússia, Sergei Lavrov, antes de conversa sobre crise síria |