Folha de S. Paulo


Mundo não deve ficar calado perante crise síria, diz presidente de Israel

O presidente isralense, Shimon Peres, afirmou nesta quarta-feira que o mundo não pode permanecer calado perante o que ocorre na Síria, e embora tenha apoiado os esforços diplomáticos, se mostrou cauteloso sobre a integridade do regime de Bashar Al-Assad.

"O mundo não pode permanecer em silêncio perante o derramamento de sangue e o assassinato de crianças que acontece na Síria. A diplomacia é sempre preferível à guerra, mas a questão principal agora é integridade, e em particular a do regime sírio", declarou o chefe do Estado durante a visita a uma fábrica, informou seu escritório em comunicado.

Israel segue com cautela as negociações que ocorrem com a Síria para conseguir o desarmamento de suas armas químicas e evitar assim um ataque dos Estados Unidos contra o regime de Assad.

"Se a Síria for honesta e adotar verdadeiras medidas para depor e destruir as armas químicas em seu território, os EUA não atacarão. Agora, se houver uma ruptura na integridade da Síria, não tenho dúvidas de que os EUA atuarão militarmente", disse Peres.

O presidente israelense assinalou que o país com o qual compartilha fronteira relativamente tranquila, apesar de se encontrar em uma situação de guerra, "já não voltará a ser o que era antes" do conflito armado que começou há dois anos na Síria.

"A guerra e o terrorismo dividiram o país em partes, em vários países", apontou.

O ministro das Relações Exteriores da Rússia, Sergei Lavrov, pediu na segunda-feira ao Governo sírio que coopere com a comunidade internacional no controle de armas químicas e em sua total destruição a fim de evitar um ataque de Washington.

Em resposta, o presidente americano, Barack Obama, qualificou a proposta de quebra "positiva", apesar de ter advertido que não aceitaria táticas dilatórias por parte de Damasco.

Nas últimas semanas, Obama e membros de seu Gabinete pediram para tomar medidas contra o regime de Assad pelo suposto uso de armas químicas em um ataque contra civis na periferia da capital síria em 21 de agosto que, segundo os EUA, causou mais de 1.400 mortos.


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