Folha de S. Paulo


Obama diz que pode suspender ataque à Síria caso país aceite proposta russa

O presidente dos EUA, Barack Obama, disse nesta segunda que aceitaria suspender um ataque ao regime sírio caso o ditador Bashar al-Assad aceite a proposta feita pela Rússia de colocar o arsenal químico do país sob controle internacional.

Obama disse à rede de televisão CNN que qualquer esforço diplomático sobre o caso deve ser levado a sério. "Mas não queremos apenas uma tática que trave ou adie a pressão que temos sobre a Síria agora", disse.

Segundo ele, o avanço no controle de armas químicas da Síria não irá resolver "o terrível conflito subjacente dentro do país". Ainda assim, disse, "se pudermos alcançar esse objetivo limitado sem tomar uma ação militar, essa seria a minha preferência."

Hoje, o presidente fez diversas declarações à imprensa para defender a proposta de uma intervenção militar contra o regime de Assad.

Para isso, Obama espera a autorização do Congresso americano. Embora não seja obrigatório, o aval do Legislativo daria respaldo político a uma ação militar.

Nesta segunda, o líder da maioria democrata do Senado dos Estados Unidos, Harry Reid, anunciou que a votação sobre a questão, prevista para quarta, pode ser adiada. Uma nova data não foi anunciada.

A resolução já foi aprovada pelo Comitê de Relações Exteriores da casa, que autorizou uma intervenção limitada por um período de 90 dias e sem a presença de tropas dos EUA no terreno.

PROPOSTA

Após o secretário de Estado norte-americano John Kerry afirmar, nesta segunda-feira, que a Síria pode evitar um ataque militar contra o país, se Assad entregar todas as armas químicas em uma semana, o chanceler russo, Sergei Lavrov, disse que a Rússia também vai pedir ao país que coloque seu arsenal sob controle internacional.

Logo após o pronunciamento, Kerry entrou em contato, por telefone, com Lavrov. O conteúdo da conversa não foi revelado.

O ministro das Relações Exteriores da Síria, Walid al-Moualem, elogiou a inciativa da Rússia para prevenir um possível ataque americano. Moualem, que concedeu uma entrevista coletiva por meio de um intérprete, no entanto, não disse se Assad aceitou a proposta da Rússia.

Os EUA acusam o regime sírio de atacar com gás venenoso grupos opositores. A ação, segundo os EUA, deixou 1.429 mortos, sendo 426 crianças. Esse seria o pior incidente com armas químicas em 25 anos.

Assad, que enfrenta uma rebelião há mais de dois anos, negou a autoria do ataque e apresentou à ONU provas de que teria sido feito pelos próprios rebeldes.


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