Folha de S. Paulo


Rússia pede que Assad entregue armas químicas para evitar guerra

Após o secretário de Estado norte-americano John Kerry afirmar, nesta segunda-feira, que a Síria pode evitar um ataque militar contra o país, se Bashar al-Assad entregar todas as armas químicas em uma semana, o chanceler russo, Sergei Lavrov, disse que a Rússia também vai pedir ao país que coloque seu arsenal sob controle internacional.

Hoje Lavrov reuniu-se com o ministro das Relações Exteriores da Síria, Walid al-Moualem, em Moscou. Os dois disseram que os EUA devem se concentrar na realização de uma conferência de paz em vez de lançar uma ação militar.

O chanceler russo disse que já havia mencionado a ideia com o ministro sírio durante conversa na capital russa. Segundo Lavrov, a Rússia aguarda uma "resposta rápida e... positiva."

O presidente da Rússia, Vladimir Putin, único grande aliado internacional de Assad, diz que os rebeldes que lutam contra o regime sírio foram responsáveis pelo ataque químico, com o objetivo de provocar uma intervenção militar liderada pelos EUA. Essa hipótese foi descartada por Kerry nesta segunda-feira.

O discurso de John Kerry para que Assad entregue as possíveis armas químicas, em Londres, também repercutiu na Casa Branca. O Departamento de Estado norte-americano disse que o secretário estava fazendo um comentário retórico sobre a impossibilidade de Assad devolver as armas químicas, que Assad nega que tenham sido usadas por suas forças em um ataque no dia 21 de agosto.

Ainda nesta segunda-feira (9), em entrevista à emissora de TV norte-americana CBS, o presidente sírio disse que os Estados Unidos agiriam contra seus próprios interesses ao se envolver na Síria, alertando para as repercussões.


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