Folha de S. Paulo


Petrobras foi alvo de espionagem de agência dos EUA, afirma programa de TV

A rede privada de computadores da Petrobras também foi alvo direto da espionagem realizada pela NSA (Agência de Segurança Nacional dos Estados Unidos), segundo reportagem exibida pelo "Fantástico" neste domingo.

De acordo com documentos secretos obtidos pelo jornalista americano Glenn Greenwald com o ex-técnico da NSA Edward Snowden, um treinamento interno para funcionários da agência sobre como espionar "redes privadas de computadores" citou a Petrobras como um dos "muitos alvos" que "usam redes privadas" . Outros alvos citados foram a diplomacia francesa e o Google.

Segundo o "Fantástico", o nome da petroleira brasileira aparece em vários momentos nos documentos, mas não há dados sobre que tipo de informação a NSA estava buscando. A apresentação exibida é de maio de 2012.

Ao programa da rede Globo, a NSA disse, em nota, que não usa a "capacidade de espionagem internacional para roubar segredos comerciais de empresas estrangeiras para dar vantagens competitivas a empresas americanas".

No domingo passado, baseado no mesmo material, o "Fantástico" exibiu documentos da NSA que mostravam que a agência monitorou conversas da presidente Dilma Rousseff e seus assessores, assim como dos assessores entre eles e com terceiros. Também Enrique Peña Nieto, atual presidente mexicano (então líder na campanha presidencial), foi espionado.

Na sexta-feira, na Rússia, Dilma já havia descartado que a espionagem americana de que foi alvo se devesse a temas de segurança e combate ao terrorismo. Deve-se, disse a presidente, a "fatores geopolíticos, estratégicos, comerciais e econômicos".No dia anterior, a presidente havia tido um encontro com o presidente dos EUA, Barack Obama, para falar do tema, em meio à cúpula do G20.

Como revelou a coluna Painel, da Folha, Dilma Rousseff apontou o pré-sal como principal alvo de interesse dos EUA durante reunião com ministros na semana passada sobre a espionagem da NSA. Integrantes do governo lembraram que todas as empresas petrolíferas norte-americanas já sinalizaram a autoridades brasileiras que participarão do leilão do campo de Libra, avaliado em US$ 15 bilhões e previsto para a mesma semana em que a presidente deve ir a Washington, em outubro.

Também na sexta, Dilma disse que só manterá a visita aos EUA no mês que vem se a Casa Branca criar "as condições políticas" para que ela viaje. Mas ela não quis especular sobre quais seriam as informações americanas que criariam tais condições.


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