Folha de S. Paulo


OLP lamenta pedido dos EUA à UE para suavizar pressões sobre Israel

A Organização para a Libertação da Palestina (OLP) lamentou as pressões dos Estados Unidos sobre a União Europeia para que esta suavize a aplicação de disposições que proíbem financiar com fundos europeus atividades científicas ou acadêmicas israelenses em território ocupado.

Em comunicado divulgado por Hanan Ashrawi, membro do comitê executivo da OLP, os palestinos expressam sua profunda preocupação com um pedido dos EUA à UE para que elimine recentes medidas que proíbem a concessão de fundos, prêmios ou qualquer outra ajuda financeira a entidades israelenses situadas ou que atuam em áreas ocupadas desde 1967.

"O anúncio das novas disposições da UE (em julho passado) foi um passo muito positivo e tiveram um papel importante na decisão de retomar as negociações de paz", afirma a veterana política palestina, que as considera vitais para a solução de dois Estados nas fronteiras de 1967 e "a causa da paz".

Ontem, em reunião em Vilnius com representantes europeus, várias fontes informaram que o secretário de Estado americano pediu aos 28 países do bloco que pelo menos adiem essa medida para não entorpecer os esforços de paz que realiza entre israelenses e palestinos, um pedido que a princípio foi rejeitado pela chefe da diplomacia europeia, Catherine Ashton.

No entanto, o jornal israelense "Yedioth Ahronoth" informa hoje que a UE aceitou suavizar sua aplicação, prevista para 2014, o que permitiria a Israel incorporar-se ao programa científico "Horizon 2020".

Ashrawi explica nesse sentido que a postura dos EUA é "extremamente desalentadora" e "põe em dúvida sua função como mediador".

"Mais uma vez os EUA estão utilizando o processo de paz para garantir imunidade a Israel e para dar-lhe mais tempo para criar fatos no terreno", afirma em comunicado.

Segundo a política palestina, as disposições europeias são "a tradução natural de uma clara política da UE sobre a empresa ilegal israelense de colonização e o resultado efetivo das próprias leis da UE" para preservar a viabilidade da solução de dois Estados.

Esperamos que a UE mantenha sua própria política e se apegue a suas disposições. Debilitar, atrasar ou cancelar estas disposições só nos afastará de uma paz justa e duradoura", conclui.


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