Folha de S. Paulo


Líder republicano na Câmara defende intervenção dos EUA na Síria

O presidente da Câmara dos Representantes dos Estados Unidos, o republicano John Boehner, deu seu apoio nesta terça-feira a uma intervenção militar na Síria, em uma vitória significativa para a intenção de Obama de retaliar o regime de Bashar al-Assad.

Washington acusa o ditador de ter feito um ataque químico que, segundo os americanos na periferia de Damasco, em 21 de agosto. A ação deixou 1.429 mortos, sendo 426 crianças. Se confirmado, será o pior incidente com armas químicas em 25 anos.

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Após uma reunião realizada pela manhã na Casa Branca, Boehner disse que vai "dar apoio ao pedido do presidente por ação", instando seus pares a acompanhá-lo na decisão. "Isso é algo que os Estados Unidos precisam fazer como país".

A líder da minoria na casa, a democrata Nancy Pelosi, que também participou do encontro, completou que os Estados Unidos têm o dever de responder a ações não civilizadas. O líder da maioria republicana, Eric Cantor, em seguida, também comprometeu seu voto a favor do ataque.

Parte dos republicanos defende uma guerra terrestre na Síria, como aconteceu no Iraque e no Afeganistão, ou o aumento do financiamento dos rebeldes. A ideia de uma ação mais ampla, no entanto, tem forte resistência da população americana, que critica os gastos excessivos nos conflitos.

"É a decisão que o Congresso enfrenta e é o que o mundo espera saber nos próximos dias", disse o secretário de Estado norte-americano John Kerry. "O presidente Obama não está pedindo para irmos à guerra (...). Está pedindo autorização para diminuir e impedir a capacidade de Assad de usar armas químicas."

OBAMA

Mais cedo, Obama disse ter confiança de que o Congresso aprovará a intervenção militar e que tem um plano para ajudar os rebeldes a derrotar o regime do ditador Bashar al-Assad. Ele negou que enviará tropas à Síria. "É algo proporcional que fará com que as capacidades de Assad diminuam".

Junto com a destruição de instalações importantes para Damasco, defendeu o fortalecimento da oposição para levar a uma transição que traga a paz à Síria e a outros países da região afetados pelo conflito, iniciado há dois anos e meio.

Para ele, a intervenção também dará uma mensagem a países que desafiam a comunidade internacional, como a Coreia do Norte e o Irã. "Esse ataque é para mostrar uma mensagem clara não só a Assad, mas também a outros países que estão testando as normas internacionais".

Questionado sobre se a consulta diminui sua autoridade como presidente, Obama considerou a votação no Congresso uma forma de garantir que a missão seja mais eficaz. "Estou confiante de que podemos fazer algo que atinja essa marca".


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