Folha de S. Paulo


Irã liberta seis eslovacos presos por suspeita de espionagem

O governo da Eslováquia anunciou nesta segunda-feira (2) que seis de seus oito cidadãos que estavam presos no Irã desde maio por suspeita de espionagem foram libertados e voltaram para casa.

"Negociações foram justas, e o resultado é a libertação", disse o primeiro-ministro eslovaco Robert Fico.

Fico negou ter havido acordo financeiro com o Irã e afirmou que existem conversas adiantadas para que os dois cidadãos restantes sejam soltos.

Um dos libertados disse que todos foram bem tratados sob custódia.

Autoridades iranianas alegaram que os eslovacos haviam sido detidos por "comportamento suspeito" após entrarem no Irã com visto de turismo.

Eles foram interceptados após voar de parapente (espécie de paraquedas que permite voo controlado) com equipamento fotográfico sofisticado nos arredores de Isfahan, cidade situada no centro do país que abriga instalações nucleares.

Houve outros casos de estrangeiros presos no Irã sob acusação de espionagem.

No ano passado, outro cidadão eslovaco passou 40 dias em confinamento solitário por supostamente tentar recrutar informantes iranianos.

Entre 2009 e 2011, três americanos e uma francesa também foram presos e liberados.

Teerã alega que a vigilância é necessária devido ao histórico de reveses impostos por espiões estrangeiros.

No mês passado, documentos oficiais americanos provaram o envolvimento da CIA no golpe de 1953 que derrubou o primeiro governante democraticamente eleito na história do Irã, o nacionalista Mohamad Mossadegh.

A queda de Mossadegh, que devolveu poderes à monarquia, insuflou um ressentimento popular anti-Ocidente que explodiu durante a revolução islâmica de 1979.

Desde 2010, quatro cientistas nucleares iranianos foram assassinados em plena luz do dia em Teerã em atentados amplamente atribuídos ao Mossad, o serviço secreto israelense.


Endereço da página: