Folha de S. Paulo


Secretário britânico admite nova votação sobre ação na Síria

O secretário britânico de Defesa, Philip Hammond, admitiu nesta segunda-feira, no Parlamento, uma nova votação sobre a participação do Reino Unido numa ação militar na Síria.

É o primeiro integrante do alto escalão do governo a aceitar essa possibilidade. Até agora, ministros, incluindo o premiê David Cameron, têm dito que não há chances de haver uma segunda proposta sobre o tema depois que o parlamento recusou na quinta-feira uma intervenção militar.

Entretanto, Philip Hammond sinalizou um recuo desde que haja mudança no cenário. "Eu já disse que acreditamos que o Parlamento se pronunciou claramente sobre este tema e é improvável que queiram apreciar novamente, a não ser que as circunstâncias mudem de maneira muito significativa", disse.

A preocupação do governo de Cameron é submetê-lo a mais uma derrota, depois do desastre político da votação de quinta-feira, quando ele não conseguiu aprovar uma moção que abria caminho para a ação na Síria. O texto foi derrubado por 285 votos a 272, no maior revés do premiê desde que tomou posse, em 2010.

Cameron quer agora uma sinalização da oposição trabalhista de que, diante de novas circunstâncias, há chances de aprovar o ataque à Síria. Lideranças conservadoras e também trabalhistas têm responsabilizado o premiê por não ter esperado uma resposta dos inspetores da ONU ou até mesmo mais detalhes do governo dos EUA sobre o uso de armas químicas por parte do regime de Bashar al-Assad.

Agora, pressionam para que ele articule uma nova votação, principalmente diante da afirmação do governo norte-americano de que tem provas de que o governo sírio usou armas químicas no ataque em Damasco no último dia 21.

Apesar da mudança de discurso, pesa contra uma nova votação a pesquisa divulgada hoje pela BBC mostrando que 71% dos britânicos concordaram com a decisão do parlamento de não se envolver na ação na Síria.


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