Dois dias depois de o Parlamento britânico rejeitar o envolvimento do país numa intervenção na Síria, o tabloide "The Sun" publicou neste sábado um anúncio fúnebre ironizando a morte da "relação especial" entre o Reino Unido e os Estados Unidos.
A peça ocupou quase metade da capa do jornal, com circulação média de 2,2 milhões de exemplares diários.
O obituário diz que a aliança morreu aos 67 anos e era a "filha amada" de Winston Churchill e Franklin D. Roosevelt, líderes dos dois países na Segunda Guerra Mundial.
Os ex-premiês Margaret Thatcher e Tony Blair e os ex-presidentes Ronald Reagan e George W. Bush estão entre os nomes que convidam para o "funeral", na embaixada francesa em Londres.
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| Reprodução da capa do "The Sun" com o obituário da "relação especial" entre Reino Unido e Estados Unidos |
Na página seguinte, o jornal diz que a França tomou o lugar do Reino Unido como o aliado mais próximo dos EUA na Europa. "Perdemos nosso lugar especial... para os franceses", lamenta o "Sun", favorável à ação na Síria.
O tabloide também publicou uma montagem em que o líder da oposição trabalhista, Ed Miliband, é retratado como um mico e segura uma bandeira branca da paz.
Num quadro histórico, o jornal lembrou que Churchill cunhou a expressão "relação especial" em 1946, um ano depois da vitória dos aliados sobre a Alemanha nazista.
Entre os principais momentos da aliança, foram citadas a união contra os comunistas na Guerra Fria e a coalizão nas guerras da Coreia (1950-53) e do Iraque (2003).