Folha de S. Paulo


Protestos de camponeses terminam em violência na Colômbia

Milhares de pessoas se manifestaram nesta quinta-feira (29) nas principais cidades da Colômbia para apoiar camponeses que exigem ajuda financeira do governo, em passeatas que terminaram com cenas de violência em Bogotá e Medellín.

Em Bogotá, trabalhadores, estudantes e profissionais da saúde ocuparam a Praça Bolívar, no centro da capital, onde a polícia de choque investiu contra os manifestantes.

"É preciso apoiar os camponeses. Os TLCs (tratados de livre comércio) nos deixam mal. Os camponeses preferem jogar fora suas colheitas e derramar seu leite porque tudo está entrando do estrangeiro com preços muito baixos, não vale a pena vender", disse o estudante Jorge Morales, 22.

"Sou neta de camponeses e não é justo que este país, capaz de produzir comida para se sustentar, traga tudo de fora porque é mais barato", lamentou outra estudante.

O protesto que começou pacífico na capital degenerou no final da tarde, quando manifestantes e policiais se enfrentaram, o que destruiu as vidraças de várias agências bancárias e lojas.

Grupos de encapuzados atacaram os policiais com vidros quebrados, paus e pedras, constatou a France Presse no local. A polícia reagiu com bombas de gás lacrimogêneo.

O ministro do Interior, Fernando Carrillo, atribuiu os incidentes a "vândalos que não são camponeses".

Em Medellín, segunda principal cidade da Colômbia, o protesto terminou em confronto entre policiais e manifestantes.

No final da tarde, o presidente Juan Manuel Santos se reuniu com a liderança policial para avaliar a situação.

No total, ocorreram 48 protestos, em todo o país.

Os agricultores, que bloqueiam as principais estradas do país, iniciaram o protesto em 19 de agosto para exigir preços mínimos sobre alguns produtos agrícolas e a redução dos preços de fertilizantes, pesticidas e sementes.

Nesta quinta-feira, os camponeses realizavam 72 bloqueios em 37 trechos de estradas de oito regiões da Colômbia, segundo o ministério do Interior.


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