Folha de S. Paulo


Potências do Conselho de Segurança da ONU fazem reunião sobre Síria

Os membros permanentes do Conselho de Segurança da ONU se reúnem nesta quinta-feira para discutir sobre o suposto ataque de armas químicas na Síria. O encontro acontece após Estados Unidos, França e Reino Unido dizerem que pretendem intervir no país árabe, mesmo sem autorização do grupo.

Os três países ocidentais acusam o ditador Bashar al-Assad de ter usado o armamento de destruição em massa contra civis na periferia de Damasco, na semana passada. A oposição afirma que 1.300 pessoas morreram na ação, enquanto a organização Médicos sem Fronteiras cifra as mortes em 355.

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O regime sírio nega a ação e apresentou à ONU na quarta um documento com provas que incriminariam os rebeldes. Já a oposição reiterou nesta quinta que apenas as forças aliadas de Assad usaram armas químicas no conflito, que dura mais de dois anos.

A reunião está marcada para às 14h30 na sede da ONU, em Nova York (15h30 em Brasília), de acordo com diplomatas. Os integrantes das delegações dos países membros afirmam que a Rússia, aliada do regime sírio, convocou o encontro.

Mais cedo, o secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, informou que a equipe que investiga o uso de armas químicas na Síria deverá voltar de Damasco na manhã de sábado (31). No mesmo dia, deverão apresentar dados preliminares sobre as pesquisas na área de um suposto ataque na periferia da capital síria.

Os inspetores entraram no terceiro dia de visitas à região de Ghouta, onde os rebeldes afirmam que houve um bombardeio com gás venenoso no dia 21. Na quarta, o grupo recolheu amostras de sangue e terra, além de visitar um hospital de campanha e conversar com médicos e supostas vítimas do ataque químico.

Mais cedo, Moscou pediu que os observadores da ONU visitem também outros três lugares onde também há acusações de armas químicas. O porta-voz da Chancelaria russa, Alexander Lukashevich, disse que a equipe também deve inspecionar em Khan al Assal, na Província de Aleppo, no norte do país.

Ele afirmou que as autoridades sírias e a organização concordaram em aumentar a missão para que haja as inspeções nas áreas estabelecidas no acordo com o regime sírio que permitiu a visitação da Síria, há duas semanas.

INTERVENÇÃO

Estados Unidos, França e Reino Unido disseram na terça (27) que estão preparados para intervir na Síria, embora o ataque não deva acontecer nesta semana. Na quarta (28), o presidente americano, Barack Obama, disse que ainda não decidiu sobre a ação armada e considerou que esta deva ser limitada.

Nesta quinta, o Parlamento britânico votará o apoio ao ataque no país árabe, mas a medida não deverá ser aprovada. O Partido Trabalhista, que faz oposição ao primeiro-ministro David Cameron, pediu que a ação seja referendada apenas após a apresentação do relatório dos inspetores da ONU.

Mais cedo, o ditador sírio, Bashar al-Assad, disse que o país está pronto para uma agressão estrangeira. "As ameaças de agressão direta contra a Síria vão aumentar nosso comprometimento com os princípios fortemente enraizados e a vontade independente do nosso povo".


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