Folha de S. Paulo


Paquistão voltará a julgar médico que ajudou CIA a encontrar Bin Laden

A Justiça do Paquistão determinou nesta quinta-feira que seja feito um novo julgamento contra o médico Shakeel Afridi, responsável por uma falsa campanha de vacinação contra a poliomielite em Abbottabad, no norte do país.

A imunização chefiada pelo médico foi organizada pela CIA (Agência Central de Inteligência, sigla em inglês) para ajudar os Estados Unidos a encontrar o terrorista Osama bin Laden, morto em uma operação em maio do mesmo ano na cidade.

Ele foi condenado no ano passado a 33 anos de prisão devido à colaboração com os agentes americanos e por conspiração com militantes islâmicos na Província do Khyber, onde fica Abbottabad, fornecendo-lhes dinheiro e tratamento médico.

Segundo ao advogado do médico, Samiullah Afridi, a administração de Peshawar, na mesma região onde fica Abbottabad, e ordenou um novo julgamento. Para o governo local, o juiz responsável por dar a primeira condenação ao acusado não estava autorizada a avaliar o caso.

O médico continuará preso, já que a Justiça não o autorizou a responder em liberdade. A sentença contra Afridi causou a irritação dos Estados Unidos, que cancelaram uma ajuda de US$ 33 milhões (R$ 79,2 milhões) ao Paquistão em retaliação à decisão judicial.

A falsa campanha de vacinação organizada pela CIA permitiu ao serviço de inteligência americano certificar a presença de Bin Laden na cidade, que fica a 100 quilômetros de Islamabad. Os familiares do líder terrorista teriam se imunizado contra a poliomielite.

A informação permitiu a operação militar de 2 de maio de 2011 contra a residência de Bin Laden, durante a qual um comando de elite americano matou o inimigo número um de Washington, considerado o mandante dos atentados de 11 de setembro de 2001 ao World Trade Center, em Nova York, e ao Pentágono.


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