Folha de S. Paulo


Hollande respalda rebeldes e pede ação para dar fim à violência na Síria

O presidente da França, François Hollande, deu apoio nesta quinta-feira à oposição síria e defendeu uma ação para dar fim à violência na Síria. O país é um dos que apoia uma intervenção estrangeira no país árabe, como retaliação ao regime de Bashar al-Assad pelo uso de armas químicas.

A França, junto com Reino Unido e Estados Unidos, acusa o ditador de ter usado o armamento de destruição em massa contra civis na periferia de Damasco, na semana passada. A oposição afirma que 1.300 pessoas morreram na ação, enquanto a organização Médicos sem Fronteiras cifra as mortes em 355.

O regime sírio nega a ação e apresentou à ONU na quarta um documento com provas que incriminariam os rebeldes. Já a oposição reiterou nesta quinta que apenas o regime de Bashar al-Assad usou armas químicas no conflito, que dura mais de dois anos.

Em visita do líder da Coalizão Nacional Síria, principal grupo de oposição do país, Ahmad al-Asi al-Jarba, Hollande afirmou que concederá toda ajuda "política, humanitária e material" aos rebeldes. Mas não citou um aumento do apoio militar à Coalizão Nacional Síria, que havia mencionado na terça-feira.

Para ele, deve ser feito o possível para obter uma solução política, mas não descartou a ação. "Deve ser feito todo o possível para chegar a uma solução política, mas está só será alcançada se (...) a comunidade internacional for capaz de impor o fim da escalada da violência, da qual o massacre químico é um exemplo".

EXÉRCITO

As declarações são feitas no mesmo dia em que o Ministério da Defesa francês afirmou que seu Exército está pronto para responder aos pedidos do presidente para participar na intervenção. Segundo o jornal francês "Le Point", um navio de combate antiaéreo deixou nesta quinta o porto de Toulon, no mar Mediterrâneo.

A publicação afirma que o destino dela é desconhecido, mas informa que seria extremamente útil para uma possível retaliação ao regime sírio em caso de contra-ataque às forças americanas e britânicas. O país ainda não anunciou quando agirá, mas a expectativa é que a intervenção ocidental seja na próxima semana.

No Reino Unido, a oposição trabalhista disse que votará contra a ação armada até que se revele o relatório dos inspetores da ONU sobre o uso de armas químicas, no sábado (31). Ontem, o presidente americano, Barack Obama, disse que não havia decidido sobre o ataque ao regime sírio.


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