Folha de S. Paulo


Dilma diz que governo só adota ações excepcionais para preservar vidas

A presidente Dilma Rousseff afirmou nesta quarta-feira (28) que o governo brasileiro só adota "ações excepcionais" quando "em defesa da preservação de vidas humanas".

A declaração, durante seu discurso na cerimônia de posse do novo chanceler brasileiro, Luiz Alberto Figueiredo, vem um dia depois de a presidente ter criticado incisivamente a ação capitaneada pelo diplomata Eduardo Saboia de trazer ao Brasil sem aval do Itamaraty o senador boliviano asilado na embaixada brasileira, Roger Pinto Molina.

"Nossas conquistas são fruto da coerência e da consistência dos nossos princípios. Não interferimos na vida dos outros países. Não colocamos a vida de quem quer que seja em risco, cidadãos brasileiros ou de qualquer nacionalidade. Adotamos rigoroso conceito de não intervenção e só aprovamos ações excepcionais em defesa da preservação de vidas humanas se passarem pelo devido escrutínio e tiverem o amparo da ONU", disse a presidente.

Num aceno à Bolívia, que mantém-se reticente quanto a retaliações ou sinalizações positivas ao Brasil após o episódio, Dilma afirmou também defender soluções "negociadas para crises externas e internas". Disse ainda que "o alicerce de nossa política externa é a relação harmônica e respeitosa a nossos irmãos latino-americanos" e que "a maior de nossas prioridades é a integração regional, sobretudo com nossos vizinhos da América do Sul".

A crise custou o cargo do agora ex-ministro Antônio Patriota, a quem Dilma se referiu como dotado de experiência e conhecimento "imprescindíveis" para o governo. "Por isso, continuará contando com sua colaboração como embaixador do Brasil na ONU", disse a presidente.

Figueiredo tomou posse nesta quarta-feira, em cerimônia rápida no Palácio do Planalto. Foi elogiado por Dilma por seu empenho na aprovação do documento de consenso da conferência Rio+20, ocorrida no ano passado, onde construíram, segundo ela, "uma profunda e profícua parceria".

A presidente afirmou que Figueiredo é "conhecido pela sua formação e capacidade como embaixador, como negociador, como homem público".


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