Folha de S. Paulo


Ação como retirada de boliviano não pode voltar a ocorrer, diz Patriota

Em seu discurso de despedida, o ministro Antonio Patriota (Relações Exteriores) criticou a decisão do então encarregado de negócios da embaixada em La Paz, Eduardo Saboia, de trazer ao Brasil, sem consulta a superiores, o senador Roger Pinto, que estava asilado na representação para o país havia 15 meses.

Para Patriota, "a ação independente (...) em assunto de grande sensibilidade e sem instruções representa conduta que não pode voltar a ocorrer". A fala ocorreu no Palácio do Planalto, na manhã desta quarta-feira (28), em cerimônia de posse do novo chanceler brasileiro, o diplomata Luiz Alberto Figueiredo.

Aplaudido de pé após um discurso curto, Patriota disse ser "eternamente grato" por ter sido escolhido para chefiar a pasta. Ele também elogiou seu sucessor: "Não poderia haver melhor escolha do que o embaixador Luiz Alberto Figueiredo Machado, amigo e colega".

"Talvez mais simples seja dizer que ele foi o diplomata que produziu o futuro que queremos na conferência Rio+20", disse em referência à atuação do novo chanceler como negociador chefe da delegação brasileira.

Patriota fez um balanço de gestão, lembrando inúmeras visitas de chefes de Estado e chanceleres estrangeiros ao Brasil, o que, segundo ele, reflete um "novo padrão" do Brasil no cenário internacional.

Ele destacou ainda que durante sua gestão, o Brasil teve sucesso em todas as indicações que fez a órgãos internacionais, a exemplo de Roberto Azêvedo na direção da OMC (Organização Mundial do Comércio).

DESAFIO

O novo chanceler reconheceu que terá, a partir de agora, uma "tarefa desafiadora".

"Trata-se de suceder um dos maiores talentos da diplomacia brasileira. Nele me inspiro para avaliar (...) complexas relações internacionais que cabe a um país do porte do Brasil", disse Figueiredo em seu discurso, em referência a Patriota.

O novo ministro disse estar orgulhoso do convite feito e lembrou o papel desempenhado pela então ministra da Casa Civil, Dilma Rousseff, em conferências ambientais.

"A senhora sempre esteve particularmente engajada em orientar de perto as delegações de conferenciado clima, mesmo quando tinha que ser consultada em horários inadequados."


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