Folha de S. Paulo


Celso Amorim nega estímulo à saída de senador boliviano de embaixada

O ministro da Defesa, embaixador Celso Amorim, disse à Folha que a especulação de que ele tenha estimulado a retirada do senador Roger Pinto de La Paz é "absurda".

"É uma especulação absurda, sem qualquer fundamento e sem sentido", disse ele.

Amorim foi chefe e é a grande referência profissional do diplomata Eduardo Saboia, que trouxe o senador boliviano para o Brasil à revelia. Apesar disso, disse que não tinha a menor ideia do que ele pretendia fazer.

"Gosto muito do Eduardo, o considero um bom diplomata, mas não sabia, não tinha ideia e jamais conversei sobre isso [a operação] com ele. Se conversamos sobre a Bolívia? É possível, mas todo mundo conversa com todo mundo sobre qualquer coisa, ora bolas".

Amorim foi além: "E, se ele tivesse me perguntado algo, me pedido um conselho, eu responderia o óbvio: 'Fale com o Itamaraty'".

Sobre a participação de dois fuzileiros navais, que durante 22 horas fizeram a escolta do carro onde viajavam Roger Pinto e Saboia, o ministro da Defesa e ex-chanceler explicou que, quando militares são destacados para fazer a segurança em embaixadas, eles respondem ao chefe do posto. Ocorreu, por exemplo, na Líbia.

"Se o chefe do posto mandou, eles tinham de cumprir a ordem", disse.

Em nota, o Ministério da Defesa negou que estivesse a par da operação que retirou o senador da embaixada e afirmou que os fuzileiros navais viajaram com Saboia "com o objetivo exclusivo de garantir a segurança" do diplomata.

A assessoria da pasta também afirmou que os três adidos militares em La Paz não tinham conhecimento da operação e informou que eles estavam em um evento do Exército boliviano em Cochabamba no dia da saída do senador. O Ministério diz ter sido informado apenas quando a comitiva chegou a Corumbá (MS).

Com informações de São Paulo.


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