O chanceler da Bolívia, David Choquehuanca, exigiu explicações formais do Brasil pela fuga do senador Roger Pinto de La Paz a bordo de um carro oficial brasileiro e considerou o episódio um mau precedente já que "amparados na imunidade diplomática se poderia levar droga, traficar armas ou pessoas."
"Expressamos nossa profunda preocupação pela transgressão do princípio de reciprocidade e cortesia internacional", disse Choquehuanca em nota diplomática de protesto enviada a Brasília.
"É grave o que aconteceu e exigimos explicações do governo do Brasil", seguiu o chanceler, citado pela agência de notícias oficial boliviana ABI. Ele protestou pelo uso das normas diplomáticas para "facilitar a fuga, a saída irregular do senador Pinto".
EXTRADIÇÃO
Também nesta segunda, o procurador-geral interino da Bolívia, Roberto Ramírez, disse que o Ministério Público avalia "que opções têm" para pedir a extradição do senador.
Pinto se diz perseguido político e recebeu asilo diplomático brasileiro. O governo da Bolívia afirma que ele apenas fugiu para não responder à Justiça.
Em junho deste ano, o senador foi condenado a um ano de prisão por corrupção. Segundo a acusação, enquanto era diretor da Zona Franca da cidade de Cobija, em 2000, Pinto teria desviado cerca de R$ 3,5 milhões para a Universidade Amazônica de Pando. O senador nega que tenha havido "desvio" e defende que o dinheiro foi aplicado na universidade. Pinto responde a outros processos na Justiça da Bolívia.
Martin Alipaz/Efe | ||
David Choquehuanca, chanceler boliviano, durante coletiva de imprensa nesta segunda-feira (26) em La Paz |