Folha de S. Paulo


Crise na Síria deixou 1 milhão de crianças refugiadas, diz ONU

O número de crianças sírias forçadas a fugir do país devastado por uma guerra civil atingiu 1 milhão nesta sexta-feira, metade de todos os refugiados expulsos pelo conflito, informaram nesta sexta-feira duas agências da ONU.

Segundo o Alto Comissariado de Refugiados (Acnur) e o Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef), outros 2 milhões de crianças e adolescentes estão deslocados dentro do próprio país e muitas vezes são atacados ou recrutados como combatentes, o que viola o direito humanitário.

"Os jovens da Síria estão perdendo suas casas, seus familiares e seus futuros. Mesmo depois de terem atravessado a fronteira por segurança, estão traumatizados, deprimidos e precisam de uma razão para esperança", disse António Guterres, membro da Acnur, em comunicado.

O diretor-executivo do Unicef, Anthony Lake, disse que a juventude síria vem arcando com o ônus da guerra, que já matou 7.000 crianças entre as cerca de 100 mil vítimas até agora.

"Nós todos devemos compartilhar a vergonha, porque enquanto nós trabalhamos para aliviar o sofrimento das pessoas afetadas por esta crise, a comunidade global falhou em sua responsabilidade para com estas crianças. Devemos parar e nos perguntar como, em sã consciência, podemos continuar a falhar com as crianças da Síria", disse.

Desde o início do conflito, em março de 2011, quase dois milhões de sírios fugiram para Turquia, Líbano, Iraque, Jordânia e o Norte da África, segundo o Acnur. Entre eles estão 40 mil curdos sírios que chegaram em massa ao Curdistão iraquiano na semana passada.

O número é divulgado após denúncias dos rebeldes de que houve uso de armas químicas pelo regime de Bashar al-Assad na periferia de Damasco, na última quarta (21). Segundo os opositores, centenas de pessoas morreram.


Endereço da página: