Os Estados Unidos não estão em posição, "no momento", de dizer com certeza se ocorreu uso de armas químicas na Síria na quarta-feira, declarou nesta quinta-feira o Departamento de Estado americano.
"Neste momento, somos incapazes de determinar definitivamente se foram usadas armas químicas", segundo a porta-voz da diplomacia americana, Jennifer Psaki, acrescentando que "o presidente (Barack Obama) ordenou que os serviços de inteligência reúnam o mais rapidamente possível relatórios adicionais" sobre tais alegações.
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"Estamos focados a cada minuto de cada dia, desde os acontecimentos de ontem (quarta-feira), para fazer tudo em nosso poder a fim de esclarecer os fatos", acrescentou.
Se os Estados Unidos concluírem que o regime sírio realmente recorreu ao uso dessas armas químicas, seria uma "escalada flagrante e escandalosa", ressaltou Psaki.
A Casa Branca tem sido pressionada pela imprensa e por parlamentares que esperam uma resposta após a suposta utilização de armas químicas por parte do regime sírio contra rebeldes e civis.
Mais cedo, o Vaticano também se pronunciou sobre as suspeitas, pedindo prudência para que não se atribua precipitadamente o massacre no subúrbio de Damasco ao governo de Bashar al-Assad, perguntando por meio de seu observador na ONU "quem realmente se beneficia desse crime desumano".
"Não se pode fazer um julgamento antes que haja provas suficientes", considerou o bispo Silvano Tomasi, observador permanente da Santa Sé nas Nações Unidas em Genebra, consultado pela Rádio Vaticano.
O uso de armas químicas é considerado pelas potências ocidentais uma "linha vermelha", que nenhum dos dois lados no conflito sírio, nem governo nem rebeldes, pode cruzar.
Tomasi reafirmou a firme oposição do Vaticano a qualquer intervenção internacional armada, pedindo uma solução negociada, "sem precondição" de exclusão deste ou daquele grupo, a fim de obter a criação de um "governo de transição".