Folha de S. Paulo


Ditador Robert Mugabe assume sétimo mandato seguido no Zimbábue

O ditador do Zimbábue, Robert Mugabe, 89, assumiu nesta quinta-feira seu sétimo mandato seguido, após 33 anos dirigindo o país. No mês passado, ele venceu o primeiro-ministro do país, Morgan Tsvangirai, em eleição que despertou suspeitas de fraude.

A posse de Mugabe, na capital Harare, reuniu mais de 60 mil pessoas, a maioria seguidores do ditador, e foi boicotada pela oposição, que alega que o pleito não foi limpo. O juramento de posse foi realizado no Estádio Nacional da cidade, diante do presidente do Supremo Tribunal, Godfrey Chidyausiku.

ALEXANDER JOE/AFP
Ditador do Zimbábue, Robert Mugabe, se prepara para assumir sétimo mandato em cerimônia com 60 mil seguidores em Harare
Ditador do Zimbábue, Robert Mugabe, se prepara para assumir sétimo mandato em cerimônia com 60 mil seguidores em Harare

O ato foi acompanhado por vários líderes africanos, entre eles os presidentes de Moçambique, da República Democrática do Congo e da Namíbia e o primeiro-ministro da Suazilândia. A África do Sul, vizinho de maior economia, foi representada pelo vice-presidente Kgalema Motlanthe e o ex-presidente Thabo Mbeki.

Mugabe assume um mandato de cinco anos, que terminará quando completar 94 anos. Antes da eleição, o ditador afirmou que este será seu último mandato. Ele venceu a eleição presidencial de 31 de julho com 61% dos votos, em um pleito questionado pela oposição por suspeitas de fraude.

Dentre elas, a confusão na lista de eleitores, que retiraram diversos cidadãos aptos a votar. O porta-voz do chefe de governo, Luke Tamborinyoka, disse que a posse não seria acompanhada por Tsvangirai porque "não poderia ir à festa de um ladrão".

"Querer que ele vá à posse é como querer que a vítima de um roubo vá a uma festa organizada pelo ladrão", afirmou.

O Reino Unido, que colonizou o país até 1980, afirma que o resultado da eleição não foi confiável. "Eu acredito fortemente que seja necessária uma investigação independente de todas as acusações de irregularidades para que esse resultado tenha credibilidade", afirmou o chanceler britânico, William Hague.


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