Folha de S. Paulo


Militar fonte do WikiLeaks é condenado a 35 anos de prisão

O soldado americano Bradley Manning, que em 2010 vazou milhares de documentos confidenciais da diplomacia e do Exército dos Estados Unidos ao site WikiLeaks, foi condenado a 35 anos de prisão.

O conteúdo vazado trouxe à tona a conduta dos Estados Unidos na guerra do Iraque e no Afeganistão. O material incluía, entre outros, cenas de ataques que mataram diversos civis no Iraque.

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A pena foi determinada pela juíza Denise Lind, do tribunal militar de Fort Meade, no Estado de Maryland, que ainda determinou sua expulsão das Forças Armadas por desonra.

Kevin Lamarque/Reuters
Soldado americano Bradley Manning é condenado a 35 anos de prisão por vazar documentos do governo americano ao WikiLeaks
Soldado americano Bradley Manning é condenado a 35 anos de prisão por vazar documentos do governo americano ao WikiLeaks

Manning foi absolvido, no final de julho, da acusação mais grave que pesava contra ele, a de colaborar com o inimigo, que o levaria à prisão perpétua.

Ele foi considerado culpado por outras 19 acusações ligadas a espionagem, furto, violações de legislação militar e fraudes de informática. A somatória das penas poderia alcançar 90 anos de prisão.

Argumentando que uma punição severa inibiria futuros vazamentos, na segunda-feira (19), a Promotoria pediu uma punição de ao menos 60 anos à corte. Sua defesa, no entanto, solicitou que a sentença não superasse os 25 anos, prazo de sigilo da maioria dos documentos vazados.

Na tentativa de mitigar a pena, o soldado chegou a se desculpar por seus atos na semana passada.

O condenado deve cumprir ao menos um terço da punição antes de obter a possibilidade de solicitar liberdade condicional. Nos tribunais militares americanos, qualquer réu que seja condenado a mais de seis meses de prisão tem automaticamente direito de recorrer, o que deve ocorrer no caso.

Ele já está preso há mais de três anos. Em janeiro, a juíza determinou que qualquer pena contra Manning seria reduzida em 112 dias devido aos maus-tratos que sofreu na penitenciária, onde foi mantido nu em celas sem janelas.

Editoria de Arte/Folhapress

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