Folha de S. Paulo


Embaixador dos EUA no Brasil assumirá cargo em Washington

O atual embaixador dos Estados Unidos no Brasil, Thomas Shannon, voltará para Washington como novo conselheiro especial do secretário de Estado, John Kerry.

O convite foi feito pessoalmente por Kerry, que esteve em Brasília na semana passada para conversas com a presidente Dilma Rousseff e o chanceler Antonio Patriota.

Até a vinda de Kerry, a expectativa era que Shannon fosse para a Embaixada dos EUA na Turquia. A troca para Washington foi muito bem recebida pelo Planalto e particularmente pelo Itamaraty, que veem no diplomata um importante canal com o Departamento de Estado.

Shannon já havia servido em Brasília no início da carreira, fala português fluentemente e é casado com uma guatemalteca, podendo conferir um olhar americano mais atento para o continente.

Ele está de saída de Brasília, provavelmente na primeira semana de setembro, e será substituído pela também diplomata de carreira Liliana Ayalde, já indicada pelo presidente Barack Obama.

No cargo de conselheiro de Kerry, Shannon irá substituir Heather Higginbottom, cotada para outra posição dentro do Departamento de Estado.

É provável que Shannon já terá assumido a nova função quando Dilma for a Washington no final de outubro.

Ele, portanto, acompanhará a ida de Dilma em dupla condição: na de quem participou ativamente da preparação da pauta e na de quem, depois, estará numa posição chave para dar sequência aos planos e programas acertados entre os dois presidentes.

Dessa forma, deverá ajudar a aprofundar as relações bilaterais, que no momento estão conturbadas pelas denúncias de espionagem dos EUA sobre vários países, inclusive o Brasil, mas vêm há anos ganhando fôlego em diferentes áreas, de energia a educação.

Só neste segundo semestre, houve três visitas do alto escalão americanos ao Brasil: além de Kerry, vieram o secretário de energia, que teve vários contatos sobre o pré-sal, e o de agricultura, que debateu planos principalmente na área de agropecuária.

Shannon tem lamentado que a questão da espionagem esteja ocupando o noticiário nos dois países, empurrando essas questões para segundo plano. O empenho agora é para que o mesmo não ocorra durante a viagem de Dilma.


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