Folha de S. Paulo


Opositores do prefeito de San Diego coletam assinaturas para tirá-lo do cargo

Opositores do prefeito Bob Fillner, de San Diego, na Califórnia, criaram neste domingo um abaixo-assinado para tentar abrir um referendo sobre sua permanência no cargo, conhecido como recall. Acusado de assédio sexual, ele não quis renunciar ao cargo.

Para poder levar o tema ao voto popular, os proponentes precisam levantar 102 mil assinaturas válidas em 39 dias - um prazo que, segundo especialistas, será difícil cumprir. A proposta, porém, tem o apoio até do partido Democrata, do qual o prefeito faz parte.

O ativista republicano Michael Pallamary, um dos principais apoiadores da campanha, manifestou otimismo. Segundo ele, já no primeiro dia de coleta de assinaturas "muitos milhares" de pessoas já deram seu apoio à petição. "As pessoas literalmente estão correndo para assinar", ele disse.

Seu colega John Cox diz que a campanha já tem mais de 800 voluntários na internet, e outros 500 apareceram para ajudar na coleta de assinaturas. Por telefone, outros 600 teriam prometido ajudar no esforço na segunda maior cidade da Califórnia.

Caso tenham sucesso e a votação de recall seja autorizada, os eleitores da cidade seriam chamados às urnas em algum ponto de março. Duas perguntas seriam respondidas: se Fillner deve ou não sair e quem, numa lista de candidatos, seria o melhor para substituí-lo.

Desde julho, 16 mulheres já acusaram publicamente o prefeito, um ex-congressista democrata de 70 anos, de boliná-las e de cometer outros avanços sexuais indesejados contra elas. A primeira foi a ex-assessora de imprensa do prefeito, Irene McCormack Jackson, que denunciou Fillner e a cidade de San Diego por assédio sexual no dia 22 de julho.

Enfim, a própria cidade processou o chefe do Executivo, buscando reparação por qualquer prejuízo que possa ter no litígio. Além da questão do assédio, ele também é acusado de mau uso de cartões corporativos.

Fillner já se desculpou publicamente pelo desrespeito no trato com as mulheres e tirou uma breve licença para se internar numa clínica de modificação do comportamento. Recusa-se, porém, a renunciar.


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