Folha de S. Paulo


Escritórios de 'Al Jazeera' no Egito são fechados, diz entidade

As autoridades egípcias fecharam nesta sexta-feira os escritórios da emissora "Al Jazeera" que faziam transmissões ao vivo para o Egito, denunciou em comunicado o Comitê de Proteção de Jornalistas.

Pelo menos 72 pessoas morreram em confrontos entre as forças de segurança do governo interino e apoiadores do presidente deposto Mohammed Mursi, durante protestos pelo país convocados pela Irmandade Muçulmana, no que foi chamado "dia de fúria".

O comitê, que tem sede em Nova York, informou que as forças de segurança entraram nos escritórios e ordenaram às equipes de "Al Jazeera Mubasher Misr" que deixassem o prédio, que foi cercado para que ninguém voltasse ao local.

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Mesmo assim, a emissora continua oferecendo seu serviço pela internet.

O coordenador do Comitê para o Oriente Médio e o Norte da África, Sherif Mansur, disse que "se as autoridades egípcias querem estabelecer uma democracia de verdade devem aprender a tolerar todos os pontos de vista".

"Pedimos ao governo que reabra os escritórios de Al Jazeera e permita que a imprensa opere livremente", ressaltou.

A ONG acrescentou que vários jornalistas locais e internacionais denunciaram ataques por parte dos soldados do governo e dos manifestantes nos últimos dias no Egito.

Esta semana, o país foi palco de confrontos entre apoiadores e opositores do presidente Mohammed Mursi, nos quais também estiveram envolvidas as forças de segurança, e ja deixaram mais de 600 mortos e milhares de feridos.


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