Um tribunal da Venezuela impôs aos jornais "El Nacional" e "Tal Cual", de oposição ao governo, multa equivalente a 1% de seus faturamentos brutos anuais em 2009 por terem publicado, em agosto de 2010, fotos de cadáveres empilhados no equivalente do IML em Caracas. Cabe recurso.
Os detalhes da decisão, divulgada na noite de quinta-feira, só serão conhecidos em dez dias, mas a juíza Betilde Araque considerou que as imagens reproduzidas pelos dois jornais atentaram contra "o bem-estar psicológico" de crianças e adolescentes.
A sentença determina que o "El Nacional" seguirá tendo de evitar a publicação de fotos "violentas, de armas, agressões físicas, sangrentas ou cadáveres nus".
O jornal reagiu acusando o governo de impor autocensura sobre a violência, o tema que mais preocupa os venezuelanos segundo pesquisas. Em protesto, o logotipo da publicação na internet ganhou tarja vermelha com a inscrição "censurado".
Na semana passada, a Justiça bloqueou as contas bancárias do dono do "El Nacional", Miguel Henrique Otero, em caso ligado a processo movido pelo ex-prefeito de Caracas Alfredo Peña contra o empresário. Para Otero, as duas medidas são tentativas de "calar" o jornal.
ELEIÇÕES MUNICIPAIS
Novo enfrentamento entre a imprensa e o governo Nicolás Maduro coincide com o início do calendário rumo às eleições municipais de 8 de dezembro. Ontem, governo e oposição inscreveram seus candidatos para municípios estratégicos, como os que formam Caracas. Em Sucre, que abriga o Petare, a maior favela do país, o governo apostou em um candidato-celebridade para tentar recuperar a área das mãos da oposição.
O atual prefeito de Sucre, Carlos Ocariz, vai concorrer à reeleição contra o ex-jogador de beisebol e cantor de reggaeton Antonio "Potro" Álvarez.
| Reprodução/El Nacional | ||
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| Site do jornal venezuelano "El Nacional" inclui tarja de "censurado"; veículo foi multado por foto publicada em 2010 |