Folha de S. Paulo


Após ameaça, EUA retiram funcionários de consulado no Paquistão

Os Estados Unidos ordenaram nesta sexta-feira a retirada de funcionários não essenciais do consulado do país na cidade de Lahore, no leste do Paquistão, devido à ameaça de ataque da Al Qaeda. O país é um dos que mais recebe ataques de aviões não tripulados americanos em áreas tribais aliadas da rede terrorista.

O fechamento acontece três dias após a retirada de pessoal do Iêmen, outro destino dos bombardeios feitos pelos aparelhos. As missões foram esvaziadas após a descoberta de um diálogo entre o líder da Al Qaeda, Ayman al-Zawhari, com o chefe da Al Qaeda na Península Arábica, ramo iemenita da rede terrorista.

A descoberta da comunicação aconteceu dias após o fechamento de mais de 20 missões diplomáticas no Oriente Médio e no norte da África. Além dos Estados Unidos, o Reino Unido, a França e a Holanda retiraram pessoal ou reforçaram a segurança nas embaixadas da região.

Nesta sexta, o Departamento de Estado também emitiu uma alerta aos cidadãos americanos para evitar viagens a território paquistanês. Em nota, a diplomacia americana afirma que "vários grupos terroristas estrangeiros e nativos representam um perigo potencial para cidadãos norte-americanos".

Segundo a porta-voz da embaixada americana em Islamabad, Meghan Gregoris, a ameaça que fechou a representação de Lahore é diferente da feita pelo ramo iemenita da Al Qaeda. Mesmo com o alerta, as embaixadas já ficariam fechadas devido ao feriado do Edi al-Fitr, que dá fim ao mês sagrado do Ramadã.

INSTABILIDADE

A cidade de Lahore, na Província do Punjab, não passou por atentados nos últimos meses, mesmo com a instabilidade em outras partes do Paquistão. Nesta sexta, pelo menos dez pessoas morreram na cidade de Quetta, em um ataque de homens armados a uma mesquita.

A ação ainda não foi reivindicada por nenhum grupo e acontece um dia após 38 pessoas morrerem em um outro atentado na mesma cidade, durante o funeral de um oficial da polícia. As mortes, provocadas por um homem-bomba, foram reivindicadas pelo grupo armado Taleban, que também atua no país.

Os militantes da Al Qaeda e do Taleban são os principais alvos dos ataques feitos por aviões não tripulados americanos no país. A região que mais recebe ataques é o noroeste paquistanês, que faz fronteira com o Afeganistão e onde células das duas entidades são mais ativas.

O Paquistão e o Iêmen são os dois países mais bombardeados pelos drones dos Estados Unidos. O país ainda enfrenta nos últimos dias o aumento da tensão na região da Caxemira, próxima a Lahore, que é disputada com a Índia.


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