A Suprema Corte italiana confirmou nesta quinta-feira (1º) a condenação do ex-premiê Silvio Berlusconi à prisão por fraudes fiscais na aquisição de direitos de transmissão do seu império audiovisual, no caso conhecido como Mediaset.
Aos 76 anos, porém, o ex-primeiro ministro não vai para a prisão por conta da idade avançada. Ele pode fazer serviços comunitários ou cumprir a pena em prisão domiciliar.
Após dois dias de deliberações, os cinco juízes rejeitaram a apelação do ex-primeiro ministro, que já havia sido condenado por duas instâncias inferiores. Ele havia sido condenado a quatro anos de prisão, reduzidos para apenas um por conta de uma anistia.
A segunda condenação, de afastamento por cinco anos dos cargos públicos, foi reenviada para a Corte de Apelações de Milão, onde será realizado um novo julgamento.
Por meio de um vídeo, Berlusconi negou as acusações e considerou a condenação "sem base alguma". Ele afirmou que tem sido alvo de perseguição por parte dos magistrados desde que entrou na política, e que continuará lutando por reformas no Judiciário.
Está é a primeira condenação definitiva em dezenas de processos judiciais contra Berlusconi, durante as duas décadas em que o ex-premiê dominou a política italiana através de seu poder na mídia e habilidade política.
A decisão pode mergulhar em crise o governo formado por uma coalizão desconfortável entre os rivais Partido Democrático (PD), de centro-esquerda e do premiê Enrico Letta, e o Partido Povo da Liberdade (PDL), de centro-direita, que tem Berlusconi como líder, além de renovar a incerteza sobre a terceira maior economia do euro, com potencial de contaminar todo o bloco.