Folha de S. Paulo


Ditador sírio visita área da periferia de Damasco recuperada pelo Exército

O ditador da Síria, Bashar al-Assad, visitou nesta quinta-feira a cidade de Daraya, na periferia da capital Damasco, uma das áreas dominadas pelos rebeldes que recentemente foi ocupada pelo Exército sírio.

A visita acontece após o regime sírio ganhar força no conflito, ao dominar diversos bastiões rebeldes nos últimos meses, com ajuda do grupo libanês Hizbullah. Ao mesmo tempo, grupos rebeldes combatem entre si na disputa pelos territórios conquistados em dois anos de confrontos.

Em fotos divulgadas pela agência de notícias Sana, Assad cumprimenta os militares em um local em que é possível ver prédios destruídos. Daraya era uma fortificação opositora até as forças do regime assumirem o controle da região.

A visita é uma homenagem ao aniversário do Exército e é a primeira que Assad faz a uma área de conflito desde março de 2012, quando Assad esteve em Baba Amr, em Homs, na região central do país.

DISCURSO

Mais cedo, a agência de notícias Sana divulgou um discurso em que Assad disse confiar na vitória de seu Exército contra os rebeldes que há dois anos tentam derrubar o governo.

"Se não tivéssemos certeza que iríamos ganhar na Síria, não teríamos capacidade de resistir e capacidade de continuar a lutar por mais de dois anos contra o inimigo".

Assim como no início da revolta, em março de 2011, ele afirma que o conflito entre seu governo e a oposição é uma "conspiração estrangeira apoiada por terroristas islâmicos". Para ele, seus soldados "mostraram coragem diante do terrorismo e da guerra bárbara mais feroz na história moderna".

"A harmonia nacional que vive Síria --a resistente, entre seu Exército valente e seu povo digno-- é o segredo de nosso êxito e anuncia nossa lendária resistência".

Investigadores da ONU dizem que as forças de Assad têm cometido crimes de guerra, incluindo matança ilegal, tortura, violência sexual, ataques indiscriminado e saques. Eles dizem que os rebeldes também cometeram crimes de guerra, incluindo execuções, mas em uma escala menor.

Os dois lados do conflito também são questionados por usar armas químicas, o que será investigado durante visita de inspetores da ONU (Organização das Nações Unidas), autorizada na quarta (31) após três meses de negociações.

Segundo a ONU, mais de 100 mil pessoas morreram no país desde o início do conflito. Outros 5 milhões se deslocaram devido aos combates, sendo que 2 milhões buscaram refúgio em países vizinhos.


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