O presidente paraguaio, Federico Franco, decidiu que não vai passar a faixa presidencial ao sucessor, Horacio Cartes, na cerimônia de posse, em 15 de agosto.
Ele vai transmiti-la ao presidente do Senado, Julio César Velázquez, na noite anterior ou na manhã do dia 15, em evento discreto no Congresso. O senador, então, é quem repassará a faixa para Cartes na cerimônia principal, à tarde.
A mídia paraguaia especula que Franco esteja evitando a posse do colorado para não se encontrar com os presidentes dos países do Mercosul que suspenderam o Paraguai do bloco assim que ele assumiu, após o impeachment-relâmpago de Fernando Lugo, em junho de 2012.
Os governos de Brasil, Argentina e Uruguai estão sem embaixadores no país desde então.
A presidente Dilma Rousseff ainda não confirmou oficialmente a presença na posse de Cartes, mas fontes diplomáticas disseram estar se preparando para sua ida a Assunção.
Neste mês, Dilma convidou o presidente eleito e não Federico Franco, ainda em exercício, para a missa do papa Francisco no Rio de Janeiro.
COSTUME
O ministro Gustavo Kohn, da Secretaria de Comunicação da presidência, disse à Folha que é "costume" no Paraguai não haver a transmissão de faixa entre presidentes.
"O Nicanor [Duarte] não entregou a faixa para o [Fernando] Lugo, por exemplo. É um costume que o presidente que está saindo não esteja quando assume o novo. O resto é especulação", afirmou.
Ele, no entanto, destacou que a cerimônia para os "convidados do novo presidente".
"Esse é um momento do novo presidente. E os participantes são convidados pelo presidente que assume, não pelo presidente que está saindo."