Folha de S. Paulo


Protesto contra governo do Peru leva 5 mil pessoas às ruas

Pelo menos cinco mil pessoas foram às ruas neste sábado no Peru para se manifestar contra algumas reformas que o governo do presidente Ollanta Humala está conduzindo e no momento em que o apoio popular ao mandatário atingiu seu pior nível.

A convocação foi feita pela CGTP (Confederação Geral de Trabalhadores do Peru), que reúne os principais grupos sindicais do país. Também participaram da manifestação vários partidos políticos de oposição e seus movimentos juvenis, assim como a CNDDHH e organizações universitárias.

Além disso, estudantes, jornalistas e ativistas políticos reunidos no novo movimento #TomaLaCalle convocaram seus seguidores pelas redes sociais e marcharam contra o governo e o Congresso peruanos.

Paolo Aguilar/Efe
Manifestantes e polícia se enfrentam nas ruas de Lima em protesto contra medidas do governo Humala, que completa dois anos
Manifestantes e polícia se enfrentam nas ruas de Lima em protesto contra medidas do governo Humala, que completa dois anos

O presidente peruano completará amanhã seu segundo ano de governo com 33% de aprovação, a mais baixa de sua gestão, que se encerrará em 2016. O chefe de Estado irá apresentar amanhã um relatório anual no Congresso, no dia em que é comemorada a independência do Peru.

A principal demanda dos trabalhadores é a derrubada da lei do serviço público, que pretende organizar o trabalho estatal, mas que os sindicatos asseguram que irá demitir funcionários e acabar com a estabilidade do setor.

Os manifestantes também protestam contra a corrupção e a distribuição de cargos públicos entre aliados do governo.

Além disso, um grupo de torcedores do clube de futebol Universitario se uniram para reclamar contra a proposta de converter a equipe em uma sociedade anônima.

Os ativistas se reuniram nas praças Dos de Mayo e San Martín e marcharam por várias avenidas do centro histórico em direção à avenida Abancay com o objetivo de chegar ao Congresso e ao Palácio de Governo.

No entanto, a polícia utilizou 5.000 agentes fortemente armados para bloquear os acessos aos dois locais.

A mobilização transcorria pacificamente sob os lemas "Basta de suportar, todo o povo a lutar" e "Urgente, urgente, novo presidente", entre outros.

Uma comissão formada por líderes da passeata entrou no gabinete da presidência do Conselho de Ministros, localizada no Palácio de Governo, para deixar suas reivindicações ao primeiro-ministro, Juan Jiménez.

Ao chegar na avenida Abancay, a polícia lançou bombas de gás lacrimogêneo contra grupos do Partido Aprista Peruano, do ex-presidente Alan García, que tentaram romper o cordão policial.

Outros grupos de manifestantes, como os torcedores do Universitário, também foram repelidos pela polícia com bombas de gás.

O chefe da polícia em Lima, Luis Praelli, disse ao "Canal N" que a passeata foi pacífica, com exceção do protesto dos torcedores, que segundo ele lançaram pedras nas forças de segurança.

Ontem, Humala disse que a polícia atuaria para evitar a violência diante da suspeita de que as manifestações estão infiltradas por integrantes do Movimento pela Anistia e Direitos Fundamentais (Movadef), formada por ex-membros do grupo armado Sendero Luminoso.

Após três horas de mobilização e alguns enfrentamentos, a polícia prendeu vários manifestantes, enquanto diversos grupos retornaram à praça San Martín para um comício de encerramento


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