Folha de S. Paulo


Ministro egípcio diz que irá evacuar acampamentos de partidários de presidente deposto

Mohammed Ibrahim, ministro egípcio do Interior, anunciou neste sábado que mandará evacuar "muito em breve" os dois lugares ocupados há quase um mês no Cairo pelos apoiadores de Mohammed Mursi, o presidente islamista deposto por um golpe militar em 3 de julho.

"Esperamos que (os manifestantes) tomem juízo e ponham fim a esses acampamentos para evitar um derramamento de sangre", disse o ministro. Segundo ele, as forças de segurança atuarão "conforme a lei", visando "o menor número possível de perdas". Horas antes das declarações, ao menos 70 apoiadores de Mursi foram mortos pelas forças de segurança em um dos dois acampamentos.

A Alemanha encaminhou comunicado ao governo egípcio solicitando que sejam permitidas manifestações pacíficas e que seja feito todo o possível para evitar uma nova escalada de violência. "O futuro do Egito só pode se configurar pelo diálogo, não pela violência", escreveu Guido Westerwelle, ministro alemão das Relações Exteriores.

Vence hoje à tarde o ultimato dado ao Exército para que a Irmandade Muçulmana concorde em fazer parte da transição política liderada pelo presidente interino Adly Mansur. A organização islamita se recusa a reconhecer a autoridade do governo instituído após um golpe militar. Não está claro o que pode acontecer ao fim do prazo de 48 horas dado pelas Forças Armadas.

Mursi, detido e incomunicável desde sua deposição, é acusado pela conspiração com a facção palestina Hamas para sua fuga de uma prisão no norte do país, em 2011. Outros líderes da Irmandade estão detidos ou sob ordem de prisão.


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