Folha de S. Paulo


Operadora reconhece vazamento de água de Fukushima para oceano

A Tokyo Electric Power (Tepco), operadora da usina nuclear de Fukushima, reconheceu pela primeira vez nesta segunda-feira que parte da água radioativa que resfria os reatores da unidade podem ter ido parar no oceano Pacífico.

Se confirmado, será mais um indício de contaminação no mar após o acidente nuclear na usina, causado pelo terremoto seguido de tsunami de 11 de março de 2011. Desde então, foram encontrados altos níveis de radioatividade em peixes e outros frutos do mar da região.

Segundo a companhia, foi aumentado em 110 vezes o nível do elemento césio-134 em um poço de extração da água radioativa entre os reatores e o mar. Desse modo, as águas conseguiram romper uma barreira de concreto e metal criada para impedir o vazamento.

O líquido, usado para resfriar os reatores, está vazando dos tanques subterrâneos que ficam nos prédios onde estão os reatores, alguns deles próximos ao mar. No entanto, a agência atômica considera que esta pode não ser a única origem para o aumento dos níveis.

No entanto, a Tepco descarta um escape em massa. No início do mês, a operadora também reconheceu o aumento de até cem vezes nos níveis de radiação do solo ao redor da usina, de isótopos como césio-134, césio-137 e estrôncio.

A planta foi parcialmente destruída após o terremoto seguido de tsunami que atingiu o Japão em 11 de março de 2011. O terremoto e o tsunami destruíram os geradores de emergência e o sistema de refrigeração. Dos quatro reatores, três foram prejudicados.

O acidente nuclear na usina japonesa foi o mais grave desde a destruição da usina de Tchernobyl, na Ucrânia, em 1986. Em virtude do vazamento, cerca de 160 mil pessoas foram desalojadas da região, sem previsão de volta.


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