Folha de S. Paulo


Israel planeja liberar 82 palestinos para negociar paz, diz jornal

O governo israelense tem planos de libertar 82 prisioneiros palestinos em um gesto de boa-vontade em relação à possível retomada das negociações de paz, de acordo com fontes da Defesa ouvidas pelo jornal israelense "Haaretz".

Os detentos a serem libertos foram apelidados de "anciões do Fatah" --fazem parte de um grupo de 103 palestinos em prisões israelenses desde antes da assinatura dos Acordos de Oslo, de 1993. A soltura deles é uma reivindicação histórica da liderança palestina.

Na sexta-feira (19), John Kerry, secretário de Estado americano, havia anunciado o estabelecimento das bases para a retomada da negociação direta entre Israel e palestinos. Tzipi Livni (ministra da Justiça de Israel) e o negociador palestino Saeb Erekat devem voar à capital dos EUA nesta semana para acertar os detalhes das conversas.

Desde então, era esperado algum tipo de medida em relação aos presos.

De acordo com o diário israelense, os prisioneiros palestinos serão libertados em quatro estágios, a partir do segundo mês de negociações de paz, caso sejam de fato iniciadas.

Eles serviram entre 20 e 35 anos na prisão, e não são considerados de risco à segurança de Israel, levando-se em conta a idade avançada e o perído em que estiveram detidos.

Boa parte dos demais anciões que permanecerão na prisão são cidadãos israelenses. Israel se nega a soltá-los por impedimentos morais.

A libertação de prisioneiros palestinos veteranos tem sido defendida pelo Exército israelense como maneira de fortalecer a liderança de Mahmoud Abbas, presidente da Autoridade Nacional Palestina.

A soltura de 1.027 presos em 2011, em troca da libertação do soldado israelense Gilad Shalit, foi vista como vitória da facção rival, o Hamas, que controla a faixa de Gaza.


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