Folha de S. Paulo


Extremistas ameaçam pegar em armas para reinstaurar Mursi

Apesar da insistência das lideranças da Irmandade Muçulmana em que as manifestações em repúdio ao golpe militar no Egito serão pacíficas, acontecimentos recentes têm apontado para o surgimento de grupos dentro da organização com um pensamento em outra direção.

Estava prevista, para ontem à tarde, uma série de protestos ao redor do país, dando continuidade às passeatas de anteontem, que culminaram em confrontos violentos com a oposição.

Pela manhã, um sacerdote copta (denominação cristã egípcia) foi morto a tiros no norte do deserto do Sinai --onde, no dia anterior, ataques de militantes deixaram ao menos cinco mortos entre as forças de segurança. A área estava em alerta.

Organizações de monitoramento de fóruns islamitas na internet alertavam, ainda, para o surgimento de milícias em prol de restaurar o governo de Mohammed Mursi.

Uma deles já se manifestou ontem, denominada Ansar al-Shariah.

Líderes da Irmandade Muçulmana, organização à qual o ex-presidente está ligado, haviam afirmado à Folha durante a semana que não conseguiriam impedir seus seguidores de se radicalizar diante do que consideram um desrespeito ao processo democrático.

Na mesquita de Rabia al-Adawiya, onde estão aquartelados os simpatizantes de Mursi, islamitas falavam da necessidade de instaurar sharia (lei islâmica) e formar um califado islâmico no país.


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