Folha de S. Paulo


China e Coreia do Sul pressionam Norte a negociar questão nuclear

O presidente chinês, Xi Jinping, recebeu nesta quinta-feira a homóloga sul-coreana, Park Geun-hye, como uma "velha amiga da China", e concordou em pressionar a Coreia do Norte a aceitar novas negociações sobre a questão nuclear, no primeiro encontro entre ambos.

Os dois assumiram seus cargos neste ano, e se mostram empenhados em conter o programa nuclear norte-coreano, inclusive apoiando sanções econômicas mais rigorosas contra o país comunista, tradicional aliado de Pequim.

"Os dois líderes partilharam uma visão comum sobre a desnuclearização da Coreia do Norte, a manutenção da paz e da estabilidade na península da Coreia, e a resolução das questões por meio do diálogo e das negociações", disse a Presidência sul-coreana em nota.

A China apoiou o Norte na Guerra da Coreia (1950-1953), e depois prestou durante décadas uma vital ajuda econômica e diplomática ao miserável país. Mas Pequim nos últimos anos vem adotando uma postura mais rígida contra o regime comunista de Pyongyang, que já fez três testes com armas nucleares desde 2006.

O governo chinês, também comunista, adotou várias sanções contra o Norte para forçar o país a negociar, incluindo, neste ano, restrições à atividade de bancos norte-coreanos na China.

Em abril, Xi disse em um fórum internacional que nenhum país "deve ter o poder de atirar a região e até o mundo todo no caos por causa de ganhos egoístas".

Ele não citou nominalmente a Coreia do Norte, mas a declaração foi feita no momento de maior tensão na região em várias décadas, quando Pyongyang fazia ameaças diárias de ataques contra a Coreia do Sul e os EUA.

Do ponto de vista comercial, a China tem muito mais a ganhar aproximando-se da Coreia do Sul, com a qual tem um comércio bilateral anual de US$ 215 bilhões (R$ 473 bilhões). Com a Coreia do Norte, o comércio é de apenas US$ 6 bilhões (R$ 13,2 bilhões) por ano.

Park, 61, foi à China acompanhada de uma grande delegação empresarial, e os Bancos Centrais dos dois países prolongaram também um swap cambial entre suas moedas locais, no valor equivalente a US$ 55,4 bilhões (R$ 121,8 bilhões), como defesa contra instabilidades no mercado financeiro.


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